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Brasil discute reserva de Bitcoin após nova alta do BTC

O preço do Bitcoin deu um salto de mais de 5% na última quinta-feira, 10, alcançando uma nova máxima histórica acima de US$ 116 mil. Essa subida não é por acaso: segundo Paulo Boghosian, diretor-executivo da Pandhora Investimentos, o mercado de criptomoedas está em alta por conta do fluxo significativo de investimentos, especialmente por causa dos ETFs de Bitcoin e Ethereum. Esses novos produtos têm atraído tanto investidores tradicionais quanto novos players.

Além desse movimento, Boghosian destaca que o cenário atual favorece um aumento do apetite por risco nos mercados globais. Com mais liquidez circulando, muitos traders e investidores estão se aventurando mais, favorecendo o setor de criptoativos. Um detalhe interessante é a relação entre o Ethereum e o Bitcoin. Ele observou que, nas últimas semanas, o Ethereum encontrou um ponto de equilíbrio em relação ao Bitcoin e está demonstrando força nessa nova fase de alta. Segundo ele, essa tendência deve continuar, especialmente por causa da inovação no ecossistema do Ethereum, como a tokenização de ativos.

Em meio a esse cenário otimista para o Bitcoin, a Câmara dos Deputados está tomando passos significativos. Eles aprovaram a convocação do Banco Central do Brasil e do Ministério da Fazenda para discutir a possível criação de uma reserva estratégica de Bitcoin para o país. Essa iniciativa surgiu a partir de um requerimento do deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança. A ideia é ouvir especialistas sobre a viabilidade de implementar uma reserva soberana de valor em Bitcoin.

O deputado Gomes, também mencionado nas discussões, ressaltou que é fundamental ter um diálogo claro e técnico sobre a proposta. O tema está ligado ao projeto de lei PL 4501, do deputado Eros Biondini, que visa criar essa reserva. Essa proposta já avançou na Câmara e recebeu um relatório favorável, com a recomendação de aprovação por parte do deputado Luis Gastão, que integra a Frente Parlamentar de Livre Mercado.

Ele explicou que destinar uma parte das reservas nacionais para criptomoedas pode ajudar a diversificar o portfólio do Brasil, protegendo-o de choques geopolíticos e de políticas monetárias que possam afetar as moedas tradicionais.

Reserva Estratégica de Bitcoin no Brasil

A proposta para a reserva, que recebeu o nome de RESBit, pretende limitar a alocação a até 5% das reservas internacionais do Brasil. A aquisição será feita de forma planejada e gradual, usando tecnologias seguras, como as chamadas carteiras frias, e garantindo transparência na gestão, com relatórios semestrais ao Congresso Nacional.

A gestão da RESBit ficará a cargo do Banco Central e do Ministério da Fazenda, que também deverão adotar sistemas de monitoramento baseados em blockchain e inteligência artificial. Além disso, a proposta sugere a criação de um comitê técnico consultivo, reunindo especialistas em economia digital e segurança cibernética, para garantir que o país esteja sempre alinhado com as melhores práticas.

A iniciativa também inclui ações voltadas para educação e inovação tecnológica, como programas de formação em blockchain e segurança digital, capacitação de servidores públicos e fomento a startups do setor. A ideia é que o Brasil desenvolva uma infraestrutura tecnológica robusta e estabeleça parcerias com organismos internacionais para compartilhar experiências em boas práticas.

Apesar do relatório positivo, o projeto ainda passará por mais algumas etapas de análise, incluindo as Comissões de Ciência, Tecnologia, Constituição e Justiça e Finanças, antes de ser votado na Câmara dos Deputados e seguir para o Senado.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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