Xangai analisa impactos da adoção de stablecoins no mundo
A China continental, conhecida por suas regras rigorosas sobre criptomoedas, está mostrando sinais de flexibilidade em relação às stablecoins, especialmente com os recentes acontecimentos em Xangai. Esse movimento sugere que o país pode estar se preparando para uma abordagem mais aberta em relação às moedas digitais.
A Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais de Xangai (SASAC) realizou uma reunião onde foram discutidas estratégias para lidar com as stablecoins e outras moedas digitais. O diretor da SASAC, He Qing, pediu uma atenção maior às novas tecnologias e destacou a importância de intensificar as pesquisas nessa área. Essa mudança de postura é impulsionada pela demanda crescente de especialistas e grandes empresas brasileiras por uma stablecoin atrelada ao yuan.
Banco Central da China avalia uso de stablecoins
O Banco Popular da China (PBOC) também está de olho na evolução das stablecoins ao redor do mundo, especialmente nas movimentações dos Estados Unidos para fortalecer o dólar. Em junho, o governador do PBOC, Pan Gongsheng, reconheceu o potencial transformador das stablecoins nos modelos de pagamento globais e pediu uma regulamentação mais eficaz para as moedas lastreadas no yuan.
Uma publicação da mídia estatal, a Securities Times, reforçou que o desenvolvimento de stablecoins deveria ser uma prioridade. Além disso, o conselheiro do PBOC, Huang Yiping, propôs que Hong Kong poderia ser uma boa área de testes para as stablecoins atreladas ao yuan, já que os rígidos controles na China continental dificultam esse tipo de inovação.
China é um dos maiores detentores de Bitcoin, mesmo com proibições
Esses movimentações em Xangai acontecem mesmo com as proibições vigentes na China continental sobre negociações de criptomoedas, que foram reforçadas em uma repressão significativa em 2021. Muitos na comunidade cripto acreditam que a China possa, eventualmente, rever sua posição. No entanto, outros consideram que o governo hesitará em abrir mão de seu controle, especialmente em um setor que é visto como arriscado.
Enquanto isso, a China está silenciosamente acumulando Bitcoin. Relatos indicam que o país se tornou a segunda maior detentora da criptomoeda, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Curiosamente, o governo nunca revelou oficialmente quantas reservas possui ou quais são suas estratégias para o ativo.
Pagamentos da FTX na China geram especulações
As conversas sobre uma possível mudança na postura da China em relação às criptomoedas ganharam força devido à polêmica com os pagamentos vinculados ao espólio da FTX. Em julho, os administradores da FTX pediram a um juiz para suspender pagamentos a credores em “jurisdições estrangeiras potencialmente restritas”, incluindo a China, que representa 82% do valor das reivindicações afetadas.
Essa decisão gerou uma onda de indignação entre credores em diversos países, com alguns ressaltando que a propriedade de criptomoedas nunca foi proibida na China. Recentemente, um credor chinês apresentou uma objeção à moção apresentada pela FTX, representando um grupo de pelo menos 300 credores que estão buscando recuperar seus fundos. A expectativa é de que uma decisão sobre essa questão saia em breve.