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Ásia é o novo centro de crimes violentos com criptomoedas, aponta Chainalysis

O cenário de crimes envolvendo criptomoedas na região da Ásia-Pacífico está mudando drasticamente e, acredite, é bem assustador. Um relatório recente da Chainalysis revelou que essa área agora ocupa o segundo lugar em roubos de Bitcoin, com a América do Norte ainda liderando em volume total. Aqui, a situação é marcada por ataques que vão desde os patrocinados por governos até agressões violentas e complexas redes de lavagem de dinheiro. Japão, Indonésia e Coreia do Sul são alguns dos países mais atingidos, e a região também aparece na terceira posição em perdas de Ethereum.

A verdade é que o ecossistema de crimes com cripto na Ásia se tornou uma verdadeira teia complexa. Por um lado, temos hackers da Coreia do Norte que realizam roubos bilionários; por outro, organizações criminosas se dedicam a sequestrar executivos com o objetivo de exigir resgates. Além disso, plataformas financeiras locais, muitas vezes sem querer, atuam como canais para a lavagem desses fundos furtados.

Um exemplo clamoroso desse problema é o hack de US$ 1,5 bilhão contra a Bybit, que está ligado a ações da Coreia do Norte. Esse incidente mostra apenas a ponta do iceberg em relação às ameaças que têm laços com estados na região. Eric Jardine, líder de pesquisa em crimes cibernéticos da Chainalysis, comentou que “agentes ilícitos podem tentar lavar e eventualmente sacar fundos por meio de qualquer serviço que tenha liquidez suficiente”.

Quando o assunto é a confiança das comunidades asiáticas em criptoativos, Jardine mencionou que faltam dados consistentes sobre como esses crimes afetam a percepção pública. No entanto, ele sugeriu que eventos negativos, como ataques frequentes, poderiam impactar a confiança nas criptomoedas. Esse tipo de situação definitivamente provoca apreensão nas pessoas, modelando como elas enxergam esses ativos.

Custo humano real

Um caso trágico destacado pela Chainalysis foi o assassinato de Anson Que, um magnata sino-filipino do setor de aço, que ilustra bem a interseção entre o mundo cripto e a criminalidade violenta. Sua morte não é apenas um número; é um lembrete do grave custo humano que permeia esses crimes. O caso de Que exemplifica uma tendência crescente na Ásia: o aumento dos chamados “wrench attacks”, que envolvem agressões físicas para roubar criptoativos.

Em março do ano passado, Que e seu motorista foram sequestrados na província de Bulacan, e suas histórias terminaram tragicamente com os corpos encontrados, amarrados e espancados, em Rizal. A investigação, que envolveu a polícia local e a Chainalysis, revelou que os sequestradores usaram operadores de cassinos e canais de pagamento com cripto para receber o resgate. No fim, o valor que foi efetivamente lavado em cripto ultrapassou os ₱200 milhões (cerca de US$ 3,5 milhões).

Esse trágico desfecho nos faz refletir sobre o impacto humano que esses crimes provocam. Mesmo assim, há espaço para esperança. Segundo a Chainalysis, a natureza da blockchain pode ser uma aliada poderosa na busca por justiça, tornando mais difícil para os criminosos se esconderem.

Jardine também apontou que, apesar dos desafios de segurança enfrentados pela indústria cripto na Ásia, é crucial que o ecossistema como um todo trabalhe para melhorar a conscientização sobre os riscos e fornecer acesso seguro às criptomoedas. Afinal, a responsabilidade de tornar esse espaço seguro é compartilhada por todos.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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