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EUA planejam confiscar US$ 2 milhões em criptomoedas do Hamas

Nesta terça-feira, 22 de outubro, o Departamento de Justiça dos EUA anunciou algo que chama a atenção: foram confiscados US$ 2 milhões em criptomoedas ligadas à Buy Cash, uma empresa de transferência de dinheiro situada na Faixa de Gaza. A investigação aponta que essa empresa estaria facilitando operações financeiras para grupos terroristas, como Hamas, Estado Islâmico e as afiliadas da Al-Qaeda.

Vale destacar que a Buy Cash já estava na lista de sanções da OFAC desde outubro de 2023, após uma onda de ataques contra Israel.

A conexão com criptomoedas e plataformas de negociação

O governo americano informou que as criptomoedas confiscadas estão armazenadas em contas da Binance, a maior corretora do mundo, e também da Tether, que emite a stablecoin USDT. A quantia em questão, de US$ 2 milhões, é uma fração das movimentações financeiras que a Buy Cash estava realizando. Desde 2017, a empresa já teria lidado com dinheiro para o Estado Islâmico e começou a financiar operações do Hamas em 2019.

Steven J. Jensen, diretor assistente do FBI, afirmou que “a ação de confisco anunciada hoje mostra que, independentemente dos métodos que os financiadores do terrorismo usem para ocultar suas transações, o FBI tomará medidas enérgicas para interromper esses fluxos de recurso.” Isso sinaliza um esforço contínuo das autoridades para combater o financiamento de ações terroristas.

Israel já havia confiscado contas relacionadas à Buy Cash em 2021, indicando que o monitoramento dessas operações financeiras é algo que acontece há anos. Recentemente, uma dessas contas recebeu pelo menos US$ 4 milhões, antes e depois dos ataques de outubro de 2023, em apoio ao Hamas.

O papel da Tether e sua atuação

A Tether, que emite a USDT, já congelou cerca de US$ 1,4 bilhão em operações desde que começou a bloquear endereços suspeitos. Dados da Dune Analytics indicam que aproximadamente 2.347 endereços foram congelados neste intervalo. Isso mostra como a empresa tem adotado medidas rigorosas para coibir a utilização de suas criptomoedas em atividades ilegais.

Diferente de outras criptomoedas descentralizadas, como Bitcoin e Ethereum, a USDT opera com contratos inteligentes. Isso permite travar transações específicas de forma mais controlada. Com a crescente adoção de moedas digitais atreladas ao dólar, é fundamental que ferramentas desse tipo estejam disponíveis para que o governo americano possa agir de forma eficiente no combate ao terrorismo.

Esse cenário revela um panorama onde a transparência das transações é crucial. Apesar da ideia de anonimato que muitas pessoas têm em relação às criptomoedas, as autoridades seguem os rastros deixados nas redes blockchain para identificar e desmantelar atividades suspeitas. A colaboração com corretoras e empresas privadas tem sido parte fundamental nesse trabalho, tornando as ações de fiscalização e confisco mais eficazes.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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