Bitcoin em El Salvador não beneficia o cidadão comum, afirma executivo
A adoção do Bitcoin em El Salvador tem causado mais dúvidas do que benefícios para a população. Recentemente, informações apontaram que o impacto dessa moeda virtual na vida dos cidadãos ainda é bastante limitado.
Quentin Ehrenmann, que é gerente geral da My First Bitcoin, uma ONG que promove a educação sobre o Bitcoin, comenta que a recente negociação do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI) pode complicar ainda mais as coisas. Ele mencionou que, desde que o governo fechou o acordo com o FMI, o Bitcoin deixou de ser considerado uma moeda corrente. Isso gerou um vazio na educação pública sobre o tema e nas iniciativas que poderiam ajudar a integrar o BTC na vida da população. Resumindo, Ehrenmann destacou que, enquanto o governo continua a acumular Bitcoin, isso não traz benefícios diretos para as pessoas.
Outra informação relevante é que o El Salvador se comprometeu a não comprar mais BTC enquanto estiver vinculado a esse acordo, algo que foi confirmado em um relatório do FMI. Isso contrasta com as informações do Bitcoin Office do país, que afirmava que a acumulação estava em andamento.
Com o legislativo revertendo o envolvimento do setor público com o Bitcoin no início deste ano, o debate sobre se o experimento foi um fracasso se intensificou.
Experiências no Dia a Dia com Bitcoin em El Salvador
Neste contexto, o Cointelegraph decidiu dar um pulo em El Salvador em 2023 para entender como a população e pequenos negócios estavam lidando com o Bitcoin. Um exemplo interessante é o de Joe Hall, que utilizou Bitcoin para pagar sua estadia em um albergue. Para isso, ele usou o IBEX Pay, uma empresa que permite pagamentos com BTC com ajuda da Lightning Network.
A Lightning Network é uma tecnologia que possibilita transações quase instantâneas e é perfeita para compras rápidas, como aquele café da manhã ou um lanche. Um funcionário do albergue comentou que o pagamento com Bitcoin foi “mais rápido que o cartão de crédito”, o que é um bom indicativo da eficiência da tecnologia.
Porém, ainda há um caminho a percorrer. A falta de educação sobre como usar o Bitcoin é uma barreira significativa. O repórter que acompanhava a situação teve que ensinar ao recepcionista do albergue como aceitar pagamentos pela Lightning Network.
Essas experiências mostram que, mesmo com alguma adoção da tecnologia, a compreensão e o uso do Bitcoin ainda enfrentam desafios consideráveis entre os salvadorenhos.