Tether Gold (XAUt) se valoriza com recorde do ouro em 2025
Um cenário econômico cheio de incertezas está fomentando uma nova corrida ao ouro. Investidores, incluindo grandes bancos centrais, estão buscando esse metal precioso como uma forma de proteção, o que resultou em recordes históricos na venda de ouro em barra este ano. Essa caça ao ouro também impulsionou o crescimento de um token digital, o Tether Gold (XAUt), que é lastreado em ouro físico.
No fim do segundo trimestre, o Tether Gold contava com cerca de 7,66 toneladas de ouro, de acordo com um relatório recente da empresa, validado pela BDO Itália. Esse volume suporta mais de 259 mil tokens XAUt em circulação, o que resulta em uma capitalização de mercado que ultrapassa US$ 800 milhões. Assim, o preço do XAUt acompanha de perto o valor do ouro no mercado físico, que está sendo negociado a aproximadamente US$ 3.400 por onça.
O Tether Gold tem um diferencial interessante: ele leva a segurança do ouro para o mundo digital, oferecendo características como portabilidade e divisibilidade, que são comuns em ativos como o Bitcoin (BTC). Nos últimos 12 meses, o seu preço subiu 40%, seguindo a tendência do ouro.
Esse token, que foi lançado em janeiro de 2020, já pode ser negociado em várias plataformas, como Bybit, Bitfinex, BingX, e KuCoin. Para expandir suas operações, o Tether Gold recentemente chegou à Tailândia, por meio da exchange Maxbit. Além disso, a rede de liquidez da Tether lançou uma versão omnichain do XAUt na The Open Network (TON).
Demanda por ouro ganha força em meio à turbulência econômica e política
Embora o Bitcoin tenha sido amplamente descrito como “ouro digital” por seus defensores, o ouro físico ainda é visto como o verdadeiro abrigo em tempos de crise. O World Gold Council (WGC) revela que, em 2024, os bancos centrais do mundo adicionaram mais de 1.000 toneladas de ouro às suas reservas, superando esse número pelo terceiro ano consecutivo. E a tendência é que essa acumulação continue.
Christopher Gannatti, chefe de pesquisa da WisdomTree, comentou sobre a situação: “Isso não é normal”. Nos últimos anos, os bancos centrais eram, na maioria das vezes, vendedores de ouro. Agora, estão começando a acumular novamente.
“Num mundo com riscos geopolíticos crescentes e moeda sendo usada como uma arma, o ouro é um dos ativos que transita bem entre diferentes fronteiras e sistemas políticos”, acrescentou Gannatti.
Esse movimento não passou despercebido pelos investidores institucionais, que têm injetado bilhões em fundos de índice (ETFs) de ouro. A tendência teve um pico significativo na segunda metade de 2024, e os dados do WGC mostram que os ETFs de ouro atraíram US$ 38 bilhões apenas nos primeiros seis meses de 2025, aumentando as reservas físicas em 397,1 toneladas.
As preocupações econômicas e políticas estão no cerne dessa demanda. Isso inclui, por exemplo, a guerra comercial entre os EUA e a China, que gerou incertezas sobre a estabilidade econômica e os riscos de recessão.
O economista Peter Schiff apontou os riscos de inflação como um fator crucial que acende o interesse pelo ouro. As pressões inflacionárias nos EUA estão ressurgindo, e o Federal Reserve, banco central americano, projeta que os preços continuarão a subir nos próximos meses devido ao aumento dos custos para produtores e consumidores.
Esse cenário também fez com que os analistas adotassem uma postura mais cautelosa em relação à política monetária. O economista Preston Caldwell, da Morningstar, destacou que as expectativas de cortes de juros foram adiadas em vista das tendências inflacionárias.