O mercado de Bitcoin (BTC) entrou em um período de tensão recentemente. Após romper um suporte importante, a criptomoeda viu seu valor cair para US$ 112.210. Essa mudança veio após uma tentativa de sustentação que durou três semanas, refletindo um movimento mais amplo de venda entre os investidores, especialmente nas altcoins.
Dados da Bitfinex mostram que o índice que monitora as criptomoedas fora do top 10 sofreu uma queda de 18,7% em apenas dez dias, indicando uma capitulação significativa. Na última sexta-feira, as liquidações diárias superaram os US$ 1 bilhão, com Bitcoin e Ethereum liderando as perdas, enquanto as altcoins sentiram o impacto ainda mais forte.
Essa pressão de venda está ligada a uma série de fatores. O Federal Reserve dos EUA (Fed) continua sem alteração nas taxas de juros, os ETFs em queda e um esfriamento geral no apetite dos investidores institucionais. Mas, apesar disso, a estrutura de valor do Bitcoin ainda parece sólida, mantendo uma capitalização de mercado acima de US$ 2,2 trilhões, o que é mais que o dobro do que se viu no auge do ciclo anterior.
Embora um possível repique técnico na região de US$ 112 mil seja viável, a recuperação dependerá fortemente do retorno da demanda por parte dos investidores institucionais ou de um evento macroeconômico que traga confiança.
Análise do valor do Bitcoin
A perspectiva é mista. Segundo Guilherme Prado, da Bitget, o Bitcoin está atualmente acima da média móvel de 50 dias, o que é um sinal positivo. No entanto, ele alerta que qualquer quebra abaixo de US$ 114 mil poderia aumentar rapidamente a volatilidade. O Índice de Força Relativa (RSI) também mostra sinais de esgotamento, o que exige cautela.
Prado menciona que um rompimento acima de US$ 116 mil pode reacender um movimento de alta, com objetivos em US$ 128 mil nas próximas semanas. No geral, o cenário é de consolidação, com um possível teste de suporte entre US$ 114 mil e US$ 112 mil antes de qualquer avanço. Deve-se observar que um movimento firme acima de US$ 116 mil pode acelerar uma tendência de alta.
Para onde vai a cotação do Bitcoin
A análise ainda mostra que o indicador chamado Value Days Destroyed está em uma zona alta, o que indica que os detentores de longo prazo estão realizando lucros, embora não tenha gerado uma queda drástica nos preços. Isso sugere que o mercado se encontra em uma fase de consolidação, com pressão vendedora controlada e investidores continuando a acumular Bitcoin em níveis mais baixos.
O cenário macroeconômico também influencia o comportamento do Bitcoin. Com a criação de apenas 73 mil novos empregos nos EUA, bem abaixo do esperado, e a decisão do Fed de manter as taxas, o clima de aversão ao risco se intensificou. Nesse contexto, o Bitcoin teve uma queda rápida de US$ 119.800 para US$ 112 mil, mas a estrutura geral ainda é considerada positiva, já que grandes investidores, como Michael Saylor, continuam comprando.
Níveis a serem observados
Os analistas apontam que o nível de US$ 118 mil é crucial, sendo o Max Pain das opções, com volumes de chamadas (calls) superando os de vendas (puts). Assim, o desempenho do Bitcoin nesta semana dependerá da resposta dos investidores institucionais em relação a novos eventos macroeconômicos, como o simpósio de Jackson Hole.
Se conseguir segurar entre US$ 110 mil e US$ 113 mil, é possível que um novo teste em US$ 119 mil – 122 mil ocorra. Contudo, se o BTC romper para baixo, os próximos alvos podem ser entre US$ 105 mil e US$ 107 mil antes de uma nova tentativa de alta.
