A Rivool Finance, uma startup brasileira que trabalha com tokenização, acaba de receber uma grana bem legal: um prêmio de US$ 150 mil da Stellar Foundation através do Stellar Community Fund. Esse reconhecimento vem em uma hora super importante, já que o debate sobre ativos digitais e tokenização está crescendo bastante no Brasil.
O CEO da Rivool Finance, Tiago Piassum, contou que essa conquista valida o trabalho da empresa e sua visão de transformar a maneira como os produtos financeiros são desenvolvidos e oferecidos. Eles estão focando na tokenização do crédito privado, garantindo governança e conformidade, o que permite conectar investidores a operações de crédito e abrir novos caminhos de financiamento para as empresas por aqui.
A Rivool não está sozinha nessa jornada. O evento Rio Innovation Week também abordou esses temas, reunindo especialistas do setor de blockchain. Durante um painel, líderes discutiram como a tecnologia está saindo dos projetos pilotos e se tornando algo real no mercado. Participaram desse debate nomes como Bernardo Simonassi, CEO da BlindPay; Thamilla Talarico, Diretora On-Chain Finance da Polygon; e Thomaz Teixeira, CEO da BRL1.
Um dos pontos altos do evento foi a conversa sobre as stablecoins. Thamilla fez uma comparação interessante, dizendo que o que está acontecendo com as stablecoins hoje é similar ao que aconteceu com a informação na internet. Antes, precisávamos esperar as casas de câmbio abrirem para fazer transferências, e agora tudo pode ser feito automaticamente, 24 horas por dia, sem fronteiras. A infraestrutura financeira está se adaptando às necessidades atuais.
O impacto das Stablecoins
Bernardo Simonassi acredita que as stablecoins vão além de serem apenas dinheiro digital. Ele descreve essas moedas como “dinheiro programável”, com regras totalmente auditáveis. Antes, enviar dinheiro para o exterior era caro e demorado, mas agora a remessa é quase instantânea e as taxas quase inexistem. Isso já está fazendo muitas empresas adotarem as stablecoins para pagamentos.
Os especialistas também destacaram que a aceitação das stablecoins será gradual, à medida que mais pessoas se familiarizarem com o conceito e à medida que as regulamentações forem se estabelecendo. Thamilla pontuou que, assim como o Pix revolucionou as transferências instantâneas no Brasil, as stablecoins podem fazer o mesmo nas transferências internacionais.
Finanças descentralizadas e o futuro
Durante a conversa, surgiu o tema das finanças descentralizadas, ou DeFi, e como ainda há desafios para que grandes empresas adotem essa abordagem. Thomaz fez uma analogia com os ETFs, que antes não eram considerados um uso tão comum, mas agora se tornaram essenciais.
Os três executivos concordaram que as stablecoins têm o potencial de transformar o sistema financeiro. Bernardo enfatizou que elas estão democratizando o acesso a soluções financeiras, especialmente para pequenas empresas, mesmo com as dificuldades regulatórias que surgem.
Como será esse futuro? Os participantes acreditam que o uso de moedas digitais será algo natural para o público. Thamilla compartilhou um desejo: que os usuários tenham carteiras que misturem investimentos tokenizados e não tokenizados, mas que não precisem se preocupar com jargões como stablecoins ou web3. Essa visão de um sistema financeiro global e em tempo real pode tornar as finanças muito mais simples e acessíveis para todos.
