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Ethereum: o que está por trás da alta e sua duração possível

O Ethereum (ETH) tem enfrentado um momento de alta nos últimos dias, e alguns dizem que está a caminho de quebrar seu recorde de quatro anos.

Muitos especialistas em mercado acreditam que isso se deve a uma combinação de fatores, desde mudanças nas regulamentações nos Estados Unidos até uma tendência deflacionária na compra de ETH. Embora alguns analistas estejam confiantes de que essas condições únicas podem levar a um aumento significativo no preço da criptomoeda até o final do ano, outros estão um pouco mais cautelosos. A preocupação é que aspectos macroeconômicos possam fazer o ETH despencar tão rapidamente quanto subiu.

Nos últimos meses, o ETH, junto com outras criptomoedas, sentiu um impulso considerável devido a avanços regulatórios nos EUA. A Casa Branca, a SEC e o Congresso têm adotado políticas bem receptivas às criptos, buscando integrar os ativos digitais à economia tradicional de maneira inovadora.

Luke Nolan, um analista da Coinshares, destaca que o projeto de lei GENIUS Act, que trata das stablecoins e foi sancionado recentemente, é altamente favorável para o Ethereum, onde muitas stablecoins e ativos tokenizados operam. Para Nolan, isso reacendeu um entusiasmo reprimido em relação ao token, refletindo a expectativa de mudanças regulatórias benéficas.

Para dar um panorama proporcional, o JP Morgan também deu um sinal positivo, afirmando que o Ethereum pode se beneficiar bastante do crescimento no setor de stablecoins nos próximos anos. David Siemer, CEO da Wave, observa que o interesse institucional pelo ETH está aumentando. Investidores estão percebendo a criptomoeda como mais do que um ativo de “segunda classe”, reconhecendo seu papel central no DeFi e na tokenização.

Recentemente, o ETH superou a marca de US$ 4.700, atingindo um pico de US$ 4.878 em novembro de 2021, na euforia do mercado de criptomoedas. Sammi Li, da JuCoin, comenta que essa fase atual é diferente da de quatro anos atrás. A razão? Um forte movimento de aquisições pela Wall Street, via ETFs de ETH e compras de títulos. Agora, cerca de 8% do fornecimento do ETH está associado a ETFs ou reservas corporativas, o que ajuda a limitar a oferta e, consequentemente, a aumentar o preço.

Li acredita que essa valorização é reflexo de uma abordagem mais fundamentada. As empresas estão usando o ETH para estratégias financeiras que transcendem a mera especulação. Isso se traduz em atividades reais que “queimam” o ETH.

As previsões também são otimistas. O Standard Chartered aumentou suas estimativas, prevendo que o token possa chegar a US$ 7.500 até o final de 2025 e até US$ 25 mil em 2028. Por outro lado, Jag Kooner, da Bitfinex, vê um potencial de alcançar entre US$ 6 mil e US$ 7.500 até o final do ano, considerando uma demanda constante por ETFs e um cenário macroeconômico favorável.

No entanto, a dúvida persiste: será que os fundamentos do ETH são robustos o bastante para resistir a um possível esfriamento econômico? James Toledano, da Unity Wallet, comenta que os indicadores de derivativos mostram que os traders estão cautelosos. A preocupação com a possibilidade de uma recessão pode manter o ETH abaixo de US$ 5 mil.

Além disso, Max Shannon, da Bitwise, sinaliza que há um padrão clássico de “ebulição” no comportamento dos investidores, algo que pode acontecer antes de um esgotamento na demanda. Após semanas de valorização, o ETH caiu 4% nas últimas 24 horas, negociando em torno de US$ 4.390, ainda distante de seu pico histórico.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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