Bitcoin cai para US$ 113 mil com incertezas globais e juros do Fed
O preço do Bitcoin (BTC), nesta manhã de quarta-feira, 20 de agosto de 2025, está em R$ 626.783,69. Apesar de uma leve queda de mais de 1%, o Bitcoin voltou a testar o importante patamar de US$ 113 mil, fundamental para evitar uma queda mais acentuada.
Bitcoin: Análise Macroeconômica
O especialista em criptomoedas Tasso Lago, fundador da Financial Move, apontou que o clima no mercado está cheio de incertezas em relação ao possível corte de juros nos Estados Unidos, que será discutido na próxima reunião do FOMC em 17 de setembro. Na semana passada, a divulgação do PPI (índice de preços ao produtor) surpreendeu e fez as expectativas do mercado mudarem. Antes do PPI, 99% dos analistas acreditavam que o corte de juros aconteceria em setembro, mas agora essa probabilidade caiu para 85%. Isso reflete um certo receio entre os investidores, já que a redução das taxas costuma impulsionar o mercado de ações. Se o corte acontecer, é bem possível que o mercado cripto reaja positivamente.
Por outro lado, Lago também expressou cautela. Ele lembrou que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, mencionou que ainda não têm dados claros o bastante para apoiar uma decisão. Se os juros não forem cortados, isso pode gerar um impacto negativo significativo nos ativos, levando a quedas mais profundas.
André Franco, CEO da Boost Research, observou que os mercados asiáticos mostraram uma leve retração, com a prudência dos investidores em vista da próxima reunião do Fed, que acontecerá durante o simpósio de Jackson Hole. Na Europa, os contratos futuros subiram ligeiramente, influenciados pelo otimismo nas discussões de segurança envolvendo Donald Trump e Volodymyr Zelenskiy.
O fortalecimento do dólar trouxe um recuo no preço do ouro e, consequentemente, também afetou o Bitcoin, que apresentou uma leve queda atingindo US$ 113.600. Com esse cenário, as expectativas para o BTC permanecem neutras a levemente negativas, dado que a valorização do dólar e a cautela geral podem limitar as altas do ativo.
Stablecoins em Alta
Yoandris Rives Rodriguez, gerente regional da B2BINPAY, destacou que as reservas de stablecoins atingiram novos níveis, com um total de US$ 160 bilhões, um aumento de 20% desde fevereiro. Com isso, a liquidez no mercado cripto nunca foi tão alta. De fato, depósitos diários superiores a US$ 1,2 bilhão indicam que os investidores não estão se afastando do cripto; eles estão apenas aguardando o momento certo para entrar.
Ele explicou que, em ciclos de alta anteriores, o saldo nas exchanges aumentou de 15% a 25% nas semanas anteriores a desvalorizações significativas do Bitcoin e do Ethereum.
Rives também mencionou que a atual participação do Bitcoin no mercado cripto é de apenas 59%, a menor desde fevereiro. O Ethereum representa cerca de 13,3%, enquanto outras criptomoedas somam quase 27%. O que se observa no cenário atual é que a cautela predomina, sem sinais de euforia. Isso se reflete nas taxas de financiamento estáveis e nos contratos em aberto, que mesmo com um nível elevado, mostram uma alavancagem baixa.
As expectativas quanto à economia podem ser um fator de impulso. Traders acreditam em 83% de chances de que haverá um corte na taxa de juros do Fed em setembro, o que, se acontecer, pode trazer reservas das stablecoins primeiro para o Bitcoin e Ethereum, antes de atingir outros ativos, como o XRP. Rives resume essa situação com a analogia de uma mola comprimida: quando o momento certo chegar, o próximo salto pode ser rápido e maior do que muitos esperam.
Bitcoin: Análise Técnica
Guilherme Prado, country manager da Bitget, informou que o Bitcoin está agora se movendo de maneira lateral entre US$ 115.000 e US$ 117.600. Caso a criptomoeda perca esse patamar de US$ 115.000, pode cair para US$ 114.150 e até US$ 112.500. Já uma alta só será viável se o BTC ultrapassar os US$ 118.500.
Ele continuou dizendo que, apesar da cautela predominante, existem oportunidades para investidores que buscam altcoins consolidadas e projetos inovadores. O Bitcoin, embora enfrentando pressão, tem pontos de suporte fortes e pode experimentar novos rallies após eventos significativos na macroeconomia.
O clima atual traz tanto esperança de negociação quanto riscos de escalada militar, o que deixa os investidores cautelosos. Se as negociações avançarem, pode surgir um apetite por risco, ajudando na tentativa do Bitcoin de romper a resistência entre US$ 119.000 e US$ 121.000. Entretanto, um agravamento nas tensões pode aumentar a volatilidade.
Portanto, é recomendável que os investidores fiquem atentos às mudanças geopolíticas, mantenham uma postura cuidadosa e evitem decisões impulsivas, sempre olhando o mercado com uma perspectiva mais ampla.
No dia de hoje, o valor do Bitcoin está em R$ 629.487,36, onde R$ 1.000 compra 0,0015 BTC e R$ 1 compra 0,0000015 BTC. As criptomoedas que mais se destacaram hoje incluem OKX (OKB), com alta de 4%, Chainlink (LINK), com 2%, e Story (IP), com 1%. Já as que sofreram as maiores perdas foram Cardano (ADA), com -9%, SEI (SEI), com -7%, e Pudgy Penguins (PENGU), com -6%.
O que é Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital que circula e é usada de maneira totalmente eletrônica. Baseado em uma rede descentralizada, o Bitcoin não é controlado por nenhuma pessoa ou instituição específica.
Um aspecto importante do Bitcoin é que ele não pode ser impresso e tem um limite rigoroso: no total, 21 milhões de Bitcoins podem ser criados. Concebido como software de código aberto por um desenvolvedor, ou um grupo de desenvolvedores, com o nome de Satoshi Nakamoto, o Bitcoin surgiu em 2009.
Houve várias especulações sobre a identidade do criador. Muitos nomes surgiram, mas todas as pessoas apontadas negam serem Nakamoto. Ele mesmo se identificou como um homem de 37 anos vivendo no Japão, mas as circunstâncias em torno de seu inglês perfeito e a ausência de desenvolvimento em japonês geram dúvidas.
Nakamoto deixou o projeto nas mãos de membros influentes da comunidade BTC por volta de 2010. Para muitos, a grande vantagem do Bitcoin é a sua independência em relação a governos, bancos e corporações. Isso significa que ninguém pode interferir nas transações, impor taxas ou retirar dinheiro das pessoas. Além disso, cada transação é registrada em um grande livro-razão público e distribuído, chamado Blockchain.
A ideia central é que, por não estar sob controle de qualquer organização, o Bitcoin garante aos usuários total liberdade sobre suas finanças. Essa rede compartilha um livro público, ou “corrente de blocos”. Caso alguém tente modificar qualquer detalhe em um bloco, isso afetará todos os blocos subsequentes, tornando erros ou fraudes facilmente detectáveis.
As carteiras dos usuários têm a capacidade de validar cada transação, que é protegida por assinaturas digitais ligadas aos endereços de envio. Embora possa levar alguns minutos para que uma transação de Bitcoin seja concluída, o protocolo foi desenvolvido para que cada bloco leve aproximadamente 10 minutos para ser minerado.