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Especialistas analisam a força do dólar e os desafios de confiança

A China está avaliando a ideia de lançar uma stablecoin atrelada ao yuan, começando por Hong Kong e Xangai. Essa novidade chama a atenção, especialmente após anos em que o país reprimiu as criptomoedas enquanto promovia seu yuan digital, a moeda digital do banco central.

Em uma conversa recente durante o episódio do podcast Byte-Sized Insight, especialistas analisaram esse possível movimento da China em direção às stablecoins. Os convidados foram Martin Chorzempa, um pesquisador do Peterson Institute for International Economics, e Patrick Tan, CEO da ChainArgos, uma empresa de inteligência em blockchain.

China na corrida das stablecoins

Essa notícia, divulgada originalmente na quarta-feira, mostra como Pequim deseja reforçar o papel do yuan nas finanças internacionais. Contudo, os especialistas alertam que o futuro desse plano não é tão claro, especialmente considerando o desempenho do yuan digital até agora.

Chorzempa destacou que o sucesso de plataformas como Alipay e WeChat Pay nas transações diárias deixou pouco espaço para o yuan digital se estabelecer. Isso pode significar que uma stablecoin atrelada ao yuan terá um papel diferente, com aplicações interessantes em pagamentos internacionais. Ele comenta: “As partes mais interessantes de uma stablecoin em renminbi podem estar relacionadas a transações transfronteiriças.”

Entretanto, mesmo que as stablecoins tragam novos caminhos para movimentar dinheiro, ainda existe um problema de credibilidade entre o yuan e o dólar americano. Chorzempa enfatiza que a China é historicamente cética em relação às criptomoedas. Ele levanta uma questão importante: “Ter uma stablecoin em renminbi, que tenha as mesmas restrições e controle que o yuan atual, poderá ser menos atraente se comparado ao dólar, que é de uso mais livre.”

Desafiando a dominância do dólar

O cenário no mercado não é fácil. Patrick Tan apontou que 98% de todas as stablecoins e transações associadas são baseadas em dólar. Ele observou que as principais exchanges de criptomoedas, como Binance e OKEx, operam com stablecoins atreladas ao dólar.

Tan acredita que, para o yuan digital se tornar atraente, a China precisaria fazer mudanças profundas nas suas políticas e na economia, um desafio no atual clima do país.

Independentemente de o avanço da China nas stablecoins dar certo ou não, fica claro que elas estão se tornando mais do que simples ferramentas para criptomoedas; agora, fazem parte de uma disputa geopolítica mais ampla sobre o futuro do dinheiro. Esse tema está chamando a atenção de muitos, e quem se interessa por finanças e criptomoedas deve ficar ligado nas novidades que vêm por aí.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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