A Solana passou por um segundo trimestre cheio de contrastes. Enquanto o valor total bloqueado (TVL) em DeFi subiu impressionantes 30%, a receita da rede caiu 44,2%. Isso pode parecer confuso, mas vamos entender melhor.
De acordo com um relatório da Messari, o famoso “PIB da Chain” da Solana despencou de US$ 1 bilhão no primeiro trimestre para US$ 576,4 milhões entre abril e junho de 2025. A principal causa dessa queda foi a redução na lucratividade de suas aplicações mais populares. A PumpFun, que era a maior fonte de receita da Solana, registrou uma queda alarmante de 43,9%, somando US$ 156,9 milhões. Essa perda é um reflexo da diminuição do interesse por memecoins, que tinham dado um grande gás na plataforma nos primeiros meses do ano.
Outras aplicações também enfrentaram um desempenho fraco. A Phantom Wallet viu sua receita despencar 65,4%, ficando em US$ 53,5 milhões. Já a Photon sofreu uma queda ainda mais acentuada, de 72,4%, resultando em US$ 32,5 milhões. O agregador Jupiter, apesar de arrecadar US$ 66,4 milhões, mostrou uma queda de 15,6% em relação ao trimestre anterior.
Mas nem tudo são más notícias para a Solana. Apesar das receitas em baixa, o setor DeFi da rede mostrou resiliência. O TVL alcançou incríveis US$ 8,6 bilhões, garantindo à Solana o título de segunda maior rede de DeFi, perdendo apenas para a Ethereum.
Solana e o ecossistema DeFi
O crescimento no DeFi continuou mesmo após o fim do trimestre. Dados da DeFiLlama indicam que o TVL já ultrapassou US$ 11 bilhões, demonstrando a confiança dos investidores nesse ecossistema.
Um dos grandes responsáveis por esse avanço foi a Kamino Finance, que viu seu TVL crescer 33,9%, alcançando US$ 2,1 bilhões, o que representa 25,3% do mercado. O lançamento do Kamino Lend V2 em maio trouxe mais de US$ 200 milhões em depósitos e US$ 80 milhões em empréstimos em apenas três semanas, o que ajudou a acelerar esse crescimento.
Outra plataforma que se destacou foi a Raydium, que recuperou sua posição como a segunda maior, superando o Jupiter. O TVL da Raydium subiu 53,5%, chegando a US$ 1,8 bilhão e garantindo 21,1% do mercado da Solana. O Jupiter, por sua vez, cresceu, mas ficou em terceiro lugar, com US$ 1,6 bilhão.
Por outro lado, o volume de negociações não acompanhou esse crescimento do TVL. O relatório da Messari aponta que o volume médio diário de DEXs recuou 45,4% no segundo trimestre, somando US$ 2,5 bilhões. Isso se deve à perda de força dos memecoins, que antes haviam gerado um verdadeiro recorde de negociações. Sem a mesma empolgação especulativa, a atividade caiu, afetando a capacidade de geração de receita da rede.
As movimentações na Solana refletem um momento de ajustes que todos no mercado acompanham atentamente.
