CIO da Hashdex projeta Ethereum a US$ 10.000 e Bitcoin em foco
Há dois anos, quando o Ether (ETH) estava cotado a cerca de US$ 1.600, muitos duvidavam de sua recuperação. Naquele cenário, Samir Kerbage, CIO da Hashdex, apontava que a altcoin era um “gigante adormecido” do mundo das criptomoedas. O mercado estava complicado, com a concorrência entre plataformas de contratos inteligentes e um certo descontentamento da comunidade com as atualizações da rede, levantando incertezas sobre o futuro da Ethereum.
Apesar da queda de preço, Kerbage elencou três motivos para investir no Ether: melhorias na infraestrutura, o crescimento da tokenização de ativos reais e a mudança de investimento das gerações mais velhas para os Millenials e a Geração Z. Ele enfatizava que, à medida que mais investidores percebessem a importância do Ethereum como base tecnológica da economia global, ele deixaria de ser visto como apenas um ativo em baixa.
Recentemente, Kerbage reforçou essa visão em seu boletim “Notas do CIO”. Ele observou que a alta mais recente do ETH reflete as razões que ele defendia há dois anos.
Tokenização, stablecoins e a nova geração
Kerbage destaca que os avanços na infraestrutura impulsionaram o número de Éthers em staking, aumentando a segurança e descentralização da rede. A nova regulamentação das stablecoins nos EUA também favorece o Ether, dado que o valor atrelado ao dólar na rede já atinge US$ 155 bilhões.
Outro ponto importante é a tokenização. O setor está crescendo mais rapidamente do que as previsões otimistas indicavam. O Bank of America, por exemplo, estimou que esse mercado pode alcançar US$ 16 trilhões em até 15 anos. Kerbage ainda observou que os tokens de ativos reais (RWA) saltaram de US$ 5 bilhões em 2022 para uma expectativa de US$ 24 bilhões até 2025. “A força do Ethereum em contratos inteligentes permite a fracionamento de bens como imóveis e obras de arte em tokens negociáveis”, explica.
A adesão das novas gerações ao mundo das criptomoedas é outro fator relevante. Em 2022, uma pesquisa mostrou que 47% dos Millenials e 43% da Geração Z já tinham investimentos em criptoativos. Essa tendência tende a crescer, com previsões de que mais de 50% da Geração Z possui atualmente criptoativos.
Além disso, a aceitação das criptomoedas por instituições financeiras, como os ETFs de Ethereum, tem aumentado. Só nas últimas semanas, os investimentos em ETFs de Ether superaram em quase 50% os de Bitcoin, totalizando US$ 1,4 bilhão em aportes.
Expectativas de valorização do Ether
Kerbage comenta que a trajetória recente do Ethereum tem provado que as dúvidas sobre seu desempenho estavam erradas. Ele projeta que, em 2025, o Ether pode valorizar cerca de seis vezes mais que o Bitcoin, que teve uma valorização menor nos meses passados. Isso acontece enquanto o ETH se mantém perto de seus máximos históricos.
Apesar das altas recentes, ele acredita que o Ether pode ainda superar a barreira de US$ 10.000 caso as soluções de stablecoins se popularizem nos pagamentos nos EUA.
Desafios e correlações com o Bitcoin
Uma análise da Ecoinometrics aponta que a valorização do Ether se deve também à sua subavaliação em relação ao Bitcoin. Apesar de ter se valorizado, o Ether continua bastante ligado ao desempenho do Bitcoin, com correlações que permanecem acima de 0,8. Isso significa que, mesmo com a alta recente, a altcoin ainda se movimenta conforme o Bitcoin.
Atualmente, o Ether é negociado 14% abaixo de seu pico histórico, o que abre espaço para um crescimento adicional. No entanto, essa valorização pode ficar limitada pelo que acontecer com o Bitcoin. Se a diferença entre eles diminuir, o Ethereum precisará de uma nova narrativa para seguir se destacando.
Um movimento interessante no mercado é de uma grande baleia que fez a troca de US$ 4 bilhões em Bitcoin por ETH. Isso reflete a tendência de migração de capital para a altcoin. Essa movimentação mostra que o interesse pela Ethereum continua crescente, fortalecendo a ideia de que o gigante adormecido está acordando de vez.