O preço do Ethereum (ETH) pode alcançar a incrível marca de US$ 10 mil em breve. A movimentação no mercado de criptomoedas, especialmente com o Bitcoin sendo negociado em torno de US$ 112 mil, cria um clima otimista. Essa expectativa se intensifica com a divulgação do payroll nos Estados Unidos, que deve indicar a criação de cerca de 75 mil vagas de emprego em agosto, um reflexo do aumento da taxa de desemprego para 4,3%, o mais alto desde 2022.
Essa situação fortalece a possibilidade de corte de juros pelo Federal Reserve, o que tende a beneficiar ativos de risco como BTC e ETH. Embora o Bitcoin esteja no centro das atenções, o foco do mercado também se volta para o Ethereum, que, segundo a gestora Hashdex, pode alcançar os US$ 10 mil nos próximos meses. Essa projeção se baseia em três fatores principais: melhorias na infraestrutura da rede, a valorização da tokenização de ativos e a maior adoção de criptomoedas pelas novas gerações.
Valor do ETH pode ser o protagonista do mercado
Dois anos atrás, quando o Ethereum estava sendo negociado a US$ 1.600, muitos investidores estavam céticos acerca de sua recuperação. A rede recebia críticas pela demora nas atualizações e pela concorrência acirrada com outras plataformas de contratos inteligentes.
Naquela época, o CIO da Hashdex, Samir Kerbage, chamou o ETH de “gigante adormecido”. Mesmo com o pessimismo, ele acreditava que o Ethereum tinha condições únicas de liderar o mercado a longo prazo, citando melhorias e a crescente tendência de tokenização como fatores cruciais. Kerbage reforçou que, conforme mais investidores entendem o papel do Ethereum na economia digital, ficará evidente que esse “gigante” nunca esteve realmente adormecido.
Tokenização e stablecoins impulsionam a rede
As previsões de Kerbage agora parecem se concretizar, uma vez que o setor de tokenização se tornou um dos principais motores para a valorização do ETH. O volume de ativos tokenizados saltou de US$ 5 bilhões em 2022 para US$ 24 bilhões em 2025, e o Bank of America projeta um mercado potencial de até US$ 16 trilhões nos próximos anos.
O fato é que o Ethereum domina o espaço dos contratos inteligentes, o que torna possível a fragmentação de ativos como imóveis e obras de arte em tokens negociáveis na blockchain. Para Kerbage, essa capacidade de transformar ativos reais em instrumentos digitais faz do Ethereum o coração dessa revolução.
Outro ponto importante são as stablecoins. A recente aprovação da Lei GENIUS nos Estados Unidos reforçou a credibilidade desse mercado e consolidou a Ethereum como a principal infraestrutura, com US$ 155 bilhões em stablecoins lastreadas em dólar na rede, tornando-a uma base sólida para pagamentos digitais globais.
Adoção pelas novas gerações amplia mercado
Um terceiro fator fundamental para essa valorização é a crescente adoção do Ethereum pelas novas gerações. Em 2022, uma pesquisa da Charles Schwab mostrou que 47% dos Millennials e 43% da Geração Z já investiam em criptomoedas. Hoje, essa participação ultrapassa os 50% entre os jovens da Geração Z, tornando-os protagonistas nesse setor.
Kerbage destaca que as gerações mais velhas deverão transferir mais de US$ 100 trilhões para as mais jovens nas próximas duas décadas, e é natural que uma parte significativa desse volume seja direcionada para ativos digitais, nos quais os novos investidores já demonstram maior confiança. Para ele, a economia das novas gerações está apenas começando, e o Ethereum será um dos maiores beneficiados.
ETH rumo aos US$ 10 mil?
Outra tendência favorável ao Ethereum é o crescimento dos ETFs. Nos últimos três meses, os fundos de ETH tiveram um aumento significativo de investimento, superando até mesmo os de Bitcoin. Somente na última semana, os aportes em ETH chegaram a US$ 1,4 bilhão, em comparação com US$ 748 milhões para o BTC. Isso sugere que investidores institucionais estão vendo o Ethereum como um ativo promissor no longo prazo.
Apesar de já ter acumulado mais de 100% de alta desde o começo de 2024, Kerbage acredita que o Ethereum tem potencial para dobrar novamente de valor. Ele projeta que o ETH poderá ultrapassar US$ 10.000 quando o uso de stablecoins em transações nos Estados Unidos se tornar uma realidade. O desempenho do Ethereum, que valorizou cerca de 60% em 2025, se destaca frente ao aumento de apenas 10% do Bitcoin no mesmo período, evidenciando uma força relativa maior.
Entretanto, analistas alertam que o ETH ainda apresenta uma forte correlação com o Bitcoin, muitas vezes com movimentos amplificados. A pesquisa da Ecoinometrics destaca que, apesar das altas, o Ethereum ainda não opera de forma completamente independente, seguindo movimentos do Bitcoin com mais intensidade.
Grandes investidores migram para o Ether
Atualmente, o Ethereum ainda está 14% abaixo de suas máximas históricas, permitindo espaço para valorização, embora isso também estabeleça limites. Para que a rede consiga manter um ciclo autônomo de valorização, será necessário desenvolver novas narrativas além do que o Bitcoin pode oferecer.
Recentemente, uma movimentação de uma baleia que trocou US$ 4 bilhões de BTC por ETH sinaliza um aumento de confiança. Isso reforça a ideia de que parte do capital institucional está começando a rotacionar para o Ethereum, apostando em seu papel decisivo na economia digital.
