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Emissora da cripto mais negociada investe em mineração de ouro

A Tether, que emite a USDT — a maior stablecoin atrelada ao dólar, está fazendo um movimento ousado. A empresa decidiu diversificar seus bilhões de dólares e entrar de cabeça no setor de mineração de ouro. Essa estratégia representa uma conexão interessante entre o mundo das criptomoedas e o tradicional mercado de commodities.

Fontes revelaram que a Tether está em conversas com vários grupos do setor de mineração e investimento. A ideia é investir em toda a cadeia produtiva do ouro, que inclui mineração, refino, trading e até empresas de royalties, que financiam operações de mineração em troca de uma parte das receitas futuras. É uma manobra significativa que demonstra a ambição da empresa em se expandir para territórios novos e promissores.

Por que o interesse pelo ouro? Para o CEO da Tether, Paolo Ardoino, o metal precioso é visto quase como um “Bitcoin natural”. Ele já comentou em um evento que acredita que o ouro pode servir como um refúgio seguro, especialmente em tempos de incerteza econômica. Para ele, o ouro não é apenas um ativo; é uma proteção contra a inflação e as incertezas das moedas tradicionais. Ele sugere que devemos olhar para o ouro de uma maneira que vai além do que tradicionalmente se faz.

Mineração de Ouro

Agora, a hora é muito apropriada. O preço do ouro acabou de ultrapassar os US$ 3.550 por onça, quase dobrando nos últimos dois anos. Essa valorização vem em um momento de incertezas geopolíticas, fazendo com que muitos investidores busquem segurança, da mesma forma que fazem no universo das criptomoedas.

Apesar de toda essa lógica, a entrada da Tether no setor de mineração ainda gera ceticismo. Alguns profissionais da mineração a veem como uma aposta arriscada e até estranha. Um executivo do setor chegou a dizer que a Tether parecia a empresa mais peculiar com a qual ele já lidou.

Mas a Tether não é só conversa. A empresa já tem um número significativo de ativos, com US$ 8,7 bilhões em barras de ouro que estão armazenadas em um cofre em Zurique. Esse estoque faz parte das reservas que respaldam sua stablecoin. Recentemente, a empresa também tomou ações mais concretas: em junho, ela investiu US$ 89,2 milhões para adquirir uma participação na Elemental Altus e, mais recentemente, injetou US$ 100 milhões em uma companhia de royalties no Canadá.

Além disso, a Tether também lançou o Tether Gold (XAUT), um token que representa uma onça troy de ouro físico guardado. Embora a capitalização de mercado desse token, de US$ 880 milhões, seja pequena comparada aos US$ 168 bilhões da USDT, ele reafirma a visão da Tether de que, em um sentido mais amplo, o ouro também pode ser visto como uma forma de Bitcoin da natureza.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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