Máxima histórica e risco de desbloqueios bilionários
O token HYPE, nativo da exchange descentralizada Hyperliquid, está fazendo barulho no mercado. Na terça-feira, 9 de setembro, ele atingiu uma nova máxima histórica, mesmo com o cenário atual do mercado de criptomoedas que se mostra mais lateralizado. Ao todo, a alta foi de 7,9% nas últimas 24 horas, alcançando o valor de US$ 55,52. Para se ter uma ideia, enquanto isso, o Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH) tiveram variações bem menores, com altas de 0,6% e 0,4%, respectivamente, segundo dados da CoinGecko.
Desde seu lançamento em novembro de 2024, o HYPE triplicou seus ganhos, com uma valorização impressionante de 1.330%. Isso certamente supera a média de outras criptomoedas por aí. Contudo, é bom ficar atento, pois o desbloqueio de tokens destinados aos desenvolvedores pode fazer o preço cair no curto prazo.
Um total de 238 milhões de tokens HYPE, o que representa 23,8% do fornecimento total, será liberado para negociação ao longo dos próximos dois anos. Para dar uma ideia, isso significa uma média de cerca de 9,9 milhões de HYPE a mais no mercado todo mês, especialmente a partir de novembro deste ano até outubro de 2027. Com um preço médio de US$ 50, isso se traduz em cerca de US$ 495 milhões mensais. Essa quantidade pode, sim, criar pressão vendedora sobre o token.
Além disso, não podemos esquecer dos 38,39 milhões de HYPE que estão reservados como “recompensas para a comunidade”. Um analista que usa o pseudônimo @simonchain mencionou que, entre o que será desbloqueado e novas emissões planejadas, até US$ 16,3 bilhões em HYPE podem ser adicionados ao suprimento circulante nos próximos dois anos.
A Hyperliquid tem um programa de recompra de tokens que utiliza 97% das taxas coletadas na plataforma para comprar HYPE. O Fundo de Assistência da Hyperliquid, em média, adquire US$ 2,5 milhões diariamente. Esse esforço já resultou em US$ 1,3 bilhão em HYPE recomprados, ajudando a valorizar o token. No entanto, o analista menciona que mesmo essa quantidade significativa não deve ser suficiente para conter os impactos dos desbloqueios.
Desafios para a Hyperliquid: Airdrops, Realização de Lucros e Concorrência
O panorama para a Hyperliquid não é apenas de sucesso; há desafios pela frente. O mesmo analista, @simonchain, destacou questões como a gestão de futuras campanhas de airdrop e a realização de lucros dos tokens desbloqueados. Ele explica que a equipe terá que encontrar um equilíbrio delicado ao lanchar novas campanhas de airdrop, considerando os possíveis impactos no valor do HYPE e na participação dos seus detentores.
Outro ponto a se considerar é que, se a equipe decidir realizar lucros pelos tokens que têm, isso pode arranhar a “pureza do projeto”, gerando desconfiança que afetaria o preço. Um lembrete importante que ele faz: “Tudo no mercado de criptomoedas é extremamente reflexivo e o preço frequentemente dita a narrativa, tanto em alta quanto em baixa”.
Adicionalmente, novas exchanges descentralizadas estão despontando no cenário, o que pode atrair investimentos em busca de airdrops, visto que muitas delas ainda não têm seus próprios tokens para emitir. Isso pode criar uma competição acirrada.
Por outro lado, a Hyperliquid também se beneficia da tendência atual de Tesourarias de Ativos Digitais (DATs). Um exemplo disso é a Lion Group, que está na Nasdaq e planeja trocar suas reservas de Solana (SOL) e Sui (SUI) por HYPE gradualmente. O pessoal da Lion acredita que essa estratégia ajudará a reduzir o custo médio das aquisições, aproveitando melhor as oscilações do mercado para acumular HYPE a preços mais acessíveis.