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BNP Paribas e HSBC se unem à Canton Foundation para tokenização

Dois gigantes do setor bancário, BNP Paribas e HSBC, uniram forças à Canton Foundation, uma organização dedicada ao desenvolvimento da Canton Network. Essa parceria mostra como os bancos estão cada vez mais interessados nas aplicações da tecnologia blockchain, especialmente quando se trata de tokenizar ativos do mundo real.

Na última terça-feira, a fundação anunciou que esses dois bancos se juntaram a um time de peso, que inclui nomes como Goldman Sachs, Hong Kong FMI Services e Moody’s Ratings. Com mais de 30 integrantes, a Canton Foundation é responsável por dar governança e direção estratégica à rede, além de impulsionar casos de uso financeiro baseados em blockchain.

A Canton Network foi projetada para atender ao setor financeiro institucional, focando na tokenização de ativos do mundo real, garantindo conformidade regulatória e promovendo a interoperabilidade.

O Hubert de Lambilly, que lidera os mercados globais do BNP Paribas, comentou que essa decisão demonstra o compromisso do banco em incorporar tecnologias de registros distribuídos para atender às crescentes demandas de seus clientes. O BNP já estava investindo na Digital Asset, a empresa por trás da Canton Network, participando de uma rodada de financiamento de US$ 135 milhões que deve acelerar a adoção de iniciativas de finanças descentralizadas.

Enquanto isso, John O’Neil, do HSBC, acredita que o ingresso na fundação ajudará a fortalecer a indústria blockchain e a criar uma liquidez real nos mercados de ativos digitais. O HSBC tem se envolvido em várias iniciativas de blockchain e está se preparando para solicitar uma licença de stablecoin em Hong Kong, dentro do novo regime regulatório da cidade. Além disso, o banco está explorando como usar a blockchain em áreas como custódia e tokenização de títulos.

O crescente interesse por ativos do mundo real tokenizados

A busca por ativos do mundo real tokenizados está mudando a forma como olhamos para o universo das criptomoedas em 2025. Isso marca uma quebra com os ciclos anteriores, que eram dominados por especulação de varejo durante os altos de 2017 e 2021.

Recentemente, o Fórum Econômico Mundial (WEF) destacou essa tendência, indicando que diversas instituições, reguladores e empresas de tecnologia estão se unindo para construir estruturas confiáveis e interoperáveis. Se conseguiram, essa colaboração pode finalmente liberar o potencial de tokenização de ativos que a indústria sempre prometeu.

A regulação também tem sido um fator crucial nesse cenário. Nos Estados Unidos, a aprovação do GENIUS Act, que foca em stablecoins, junto com a validação de projetos de lei sobre estrutura de mercado, aumentou a confiança entre grandes instituições financeiras que estão explorando como adotar a blockchain.

Até agora, as tentativas de tokenização estavam focadas no mercado de créditos privados e em títulos do Tesouro. Contudo, esse raio de ação está se ampliando, com testes envolvendo ações, commodities e infraestrutura de energia acontecendo ao longo do tempo. Um exemplo recente é a exchange de ativos digitais Kraken, que tem conversado com a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) sobre tokenização. Isso indica que o futuro do setor está cada vez mais atrelado ao compliance e à regulamentação.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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