méliuz adota nova estratégia para rentabilizar com bitcoin
Prestes a ter um novo concorrente na bolsa brasileira, o Méliuz está tomando um caminho interessante. A empresa anunciou que vai utilizar uma estratégia de derivativos focada na venda de opções garantidas por caixa (as chamadas cash secured puts) sobre suas reservas de Bitcoin (BTC). O objetivo? Gerar uma renda extra, que eles chamam de “Bitcoin Yield”, tanto para a empresa quanto para os acionistas.
O conceito de “Bitcoin Yield” refere-se ao retorno que empresas que mantêm BTC em suas tesourarias conseguem gerar, além da valorização natural do ativo. No comunicado que apresentou essa novidade, o Méliuz deixou claro que sua gestão financeira não vai utilizar operações de alavancagem para acumular Bitcoin. A estratégia foi inspirada no sucesso da empresa japonesa Metaplanet e, de forma cuidadosa, é totalmente respaldada pelo capital da empresa.
Ao implementar essa estratégia, o Méliuz pretende aproveitar a volatilidade do Bitcoin para aumentar sua reserva corporativa, sem arriscar a saúde financeira do negócio. Eles afirmaram que menos de 10% do caixa operacional está destinado a essa operação, o que é uma medida bastante prudente.
### A Estratégia em Detalhes
A abordagem envolve a venda de contratos de opções de venda, com preços já definidos. Como essa operação é totalmente garantida pelas reservas em caixa, segundo o Méliuz, o risco de descasamento financeiro fica minimizado. Se a opção não for exercida, a empresa fica com os prêmios que recebeu e pode reinvesti-los na compra de mais Bitcoin. Se a opção for exercida, o Méliuz utiliza os fundos já reservados para adquirir Bitcoin a um preço que pode ser mais vantajoso, sempre focando na acumulação a longo prazo.
Os resultados das operações serão divulgados nas demonstrações financeiras trimestrais, o que traz uma transparência interessante para os acionistas.
### Riscos Envolvidos
Mas nem tudo é um mar de rosas. Mesmo sendo uma estratégia conservadora, ela não está livre de riscos. Quando uma empresa opta por vender uma cash-secured put, ela se compromete a comprar o ativo pelo preço acordado, caso o comprador decida exercê-la. Se o preço do Bitcoin cair drasticamente, o Méliuz pode sofrer um desgaste financeiro, já que o prêmio recebido pode não cobrir a desvalorização do ativo.
Além disso, os lucros têm um teto, pois a única receita que a empresa obtém é o prêmio da opção. Se o Bitcoin valorizar acima do preço de exercício, o Méliuz perde a chance de ganhar mais, já que o lucro máximo possível é apenas o prêmio.
Depois desse anúncio, as ações do Méliuz fecharam em queda na quarta-feira, 10 de setembro. Elas começaram o dia em R$ 5,00 mas terminaram em R$ 4,65, segundo dados financeiros.
Esse comunicado ocorre em um momento em que as chamadas “Bitcoin Treasury Companies” estão lidando com a compressão do mNAV, que é o prêmio de suas ações em relação às participações em Bitcoin. Em agosto, a CASH3 já acumulou uma perda de 17,6%, enquanto o Ibovespa alcançou novas máximas.
Em breve, o Méliuz não será mais a única empresa brasileira focada em Bitcoin. A Oranje – Educação e Investimento está se preparando para entrar na B3 através de um IPO reverso e pretende se tornar líder no setor na América Latina.