Real forte impacta lucros com criptomoedas no Brasil
O real está se fortalecendo e isso pode impactar o bolso de quem investe em criptomoedas no Brasil. Em 2025, a moeda brasileira registrou uma alta de 14% em relação ao dólar, o que significa que, na hora de converter lucros, acabamos percebendo essa valorização de forma bem diferente. É como se, ao tentar sacar os ganhos, um desconto inesperado aparecesse na conta.
Esse cenário fica ainda mais interessante quando olhamos para um estudo da consultoria Elos Ayta, que apresenta o real como a quarta moeda que mais valorizou no ano. Na frente dele, estão apenas o rublo russo (34%), a coroa sueca (17,8%) e o franco suíço (15,2%). Enquanto isso, o peso argentino, em meio a crises políticas e escândalos, amargou uma queda de 27,4%.
Outro ponto importante a destacar é o índice DXY, que mede a força do dólar em comparação a outras moedas fortes, como o euro e a libra esterlina. Ele registrou uma variação negativa de 10,8%. Isso mostra como o cenário financeiro está dinâmico e os investidores precisam estar atentos.
Einar Rivero, CEO da Elos Ayta, comentando sobre a valorização do real, enfatiza que mesmo diante de desafios fiscais e políticos, a moeda brasileira tem se mostrado resistente. O influxo de capital estrangeiro e as altas taxas de juros tornam a renda fixa aqui no Brasil bastante atrativa para investidores internacionais.
Em comparação, as principais criptomoedas como Bitcoin (BTC) e Solana (SOL) tiveram desempenhos inferiores em relação à valorização do real, registrando altas de 5,4% e 6,1%, respectivamente. Isso fez com que o real superasse essas criptos em valorização no período.
Falando de Ethereum (ETH), que obteve um aumento significativo de 16,9%, ele ainda se destaca nas criptomoedas. Recentemente, a maior altcoin em valor de mercado alcançou um novo recorde histórico de US$ 4.946 em dólares, embora em reais, o recorde ainda seja o R$ 27.050 estabelecido em novembro de 2021.
Bitcoin em Desempenho Abaixo das Expectativas
Um levantamento realizado pela B3, que analisou o período de janeiro a agosto deste ano, revelou que o Bitcoin não está se mostrando uma das melhores opções de investimento para os brasileiros em 2025. O desempenho da criptomoeda ficou abaixo do índice Ibovespa, que subiu 17,7%, além do Tesouro Selic, que teve uma alta de 9,42%. O Bitcoin teve desempenho equivalente ao da poupança, com 5,4%.
O ouro, por sua vez, se destacou no ano com um aumento extraordinário de 31,4% até agosto, inclusive atingindo novos recordes históricos recentemente.
No entanto, os investidores esperam que o Bitcoin possa reagir no quarto trimestre do ano, especialmente com a possibilidade de cortes de juros nos Estados Unidos. É bom lembrar que, segundo um relatório recente da Binance Research, não há uma relação direta entre as decisões de política monetária do Fed e o preço do Bitcoin. Portanto, as perspectivas ficam mais instáveis e interessantes ao mesmo tempo.