Chile planeja implementar moeda digital semelhante ao Drex
O Banco Central do Chile está dando um passo importante em seus estudos sobre a criação de uma Moeda Digital de Banco Central (CBDC). Esse movimento se assemelha ao que está sendo desenvolvido no Brasil com o Drex. A ideia, pelo menos a princípio, é focar mais nas transações de atacado, o que significa que a moeda do dia a dia do chileno, ou seja, o Peso chileno, deve continuar do mesmo jeito que está.
Durante um evento recente no Reino Unido, a presidente do Banco Central do Chile, Rosanna Costa, destacou que a inovação pode trazer novas possibilidades. Ela mencionou que, à medida que mais títulos são emitidos em plataformas de tecnologia de livro distribuído (DLT), seria necessário que o Banco Central se comunicasse com essas plataformas para liquidar transações. Essa interligação poderá ser feita de diversas maneiras, incluindo a criação de uma CBDC que opere diretamente nesse ambiente.
Para avançar nesse sentido, o Banco Central chileno está preparando uma Prova de Conceito para a sua CBDC de atacado. Vale ressaltar que essa etapa não é um compromisso definitivo de emitir a moeda digital, mas serve para entender melhor a tecnologia, identificar falhas e reforçar suas capacidades internas.
O experimento simulará a movimentação de ativos tokenizados entre diferentes participantes, utilizando a CBDC de atacado como meio de pagamento. Isso tudo para garantir que os processos sejam bem entendidos antes de qualquer implementação.
Chile e o Cenário das Stablecoins
Rosanna Costa também falou sobre os desafios que o Chile enfrenta em relação às stablecoins. Com a Lei Fintech de 2023, o Banco Central ganhou o papel de regular esses ativos digitais, especialmente se forem emitidos por instituições locais.
Embora o país esteja avançando na regulamentação de moedas digitais, precisa lidar com algumas barreiras. A exigência de que os emissores de stablecoins sejam brasileiros, por exemplo, dificulta a aplicação de normas internacionais a moedas globais como Tether (USDT) ou USD Coin (USDC), que são predominantes no mercado.
A abordagem do Banco Central é cautelosa. Em vez de apenas reagir às inovações, a ideia é fortalecer suas próprias capacidades e explorar como essas novas tecnologias podem ser integradas de maneira segura ao sistema financeiro tradicional. A segurança e a estabilidade do mercado continuam sendo prioridades, enquanto o Chile navega por essa nova era digital.