A história da exchange FTX continua a despertar interesse, principalmente agora que novidades sobre a recuperação de fundos estão surgindo. Recentemente, a entidade responsável pela falência da FTX deu um passo importante e entrou com uma ação judicial buscando recuperar mais de US$ 1 bilhão. O alvo dessa ação é o ex-CEO da empresa, Sam Bankman-Fried, conhecido como SBF.
Na última segunda-feira, um pedido foi protocolado no Tribunal de Falências dos EUA, no estado de Delaware. O FTX Recovery Trust apresentou uma queixa contra a Genesis Digital Assets (GDA), sua equipe e dois de seus cofundadores, na tentativa de reaver US$ 1,15 bilhão que, segundo a ação, foram “fundos misturados e malversados”. Esse valor está diretamente relacionado a fraudes cometidas contra clientes da FTX entre 2021 e 2022.
O processo alega que SBF direcionou a Alameda Research — que é uma empresa-irmã da FTX — para adquirir ações da GDA a preços exorbitantes. Ele teria gastado mais de US$ 500 milhões por 154 ações preferenciais. Além disso, também investiu US$ 550,9 milhões na GDA, enviando dinheiro diretamente para os cofundadores, Rashit Makhat e Marco Krohn.
“Em 2021, Bankman-Fried desviar bilhões de dólares dos clientes da FTX, enquanto intensificava a dívida da Alameda com a exchange”, afirma o processo. “Ele fez com que a Alameda pagasse mais de US$ 1,15 bilhão por ações supervalorizadas da GDA.” O documento ainda revela que as transferências feitas favoreceram diretamente SBF, que possuía 90% da Alameda, permitindo-o ganhar com a valorização da GDA e do Bitcoin, ao mesmo tempo que impunha as perdas aos credores e clientes do grupo FTX.
FTX Trust em busca de recursos para os usuários
A ação contra a Genesis Digital faz parte dos esforços do FTX Recovery Trust para reaver os fundos perdidos durante a queda da exchange. A FTX entrou em falência em 2022, e ex-executivos, incluindo Bankman-Fried, estão enfrentando problemas legais, com alguns já cumprindo pena de prisão.
O processo também menciona que SBF ignorou informações relevantes e se baseou em deturpações ao decidir investir na GDA, que na época estava localizada no Cazaquistão, um país passando por uma crise energética. Documentos financeiros que foram apresentados a Bankman-Fried não refletiam a realidade da empresa, segundo a ação.
Em 2023, houve uma movimentação positiva quando um tribunal de falências aprovou um acordo de US$ 175 milhões com a Genesis Global Trading, que não é a mesma empresa que a GDA, mas que concordou em pagar à FTX.
Desde que o FTX Recovery Trust começou a atuar, já foram feitos reembolsos a credores, iniciando com US$ 1,2 bilhão e, em seguida, uma distribuição de US$ 5 bilhões em maio. Agora, há a expectativa de desbloquear mais US$ 1,6 bilhão para credores até o final de setembro. A recuperação de valores e a justiça para os afetados por essa situação continua sendo um objetivo central para todos os envolvidos.
