Varejo e Quants promovem uso de DEX no mercado
As exchanges descentralizadas, ou DEXs, estão se tornando cada vez mais populares entre traders de varejo e analistas quantitativos, enquanto instituições financeiras ainda mostram preferência por plataformas centralizadas. Jamie Elkaleh, diretor de marketing da Bitget Wallet, acredita que essa tendência só tende a aumentar.
De acordo com Elkaleh, a adoção de plataformas como a Hyperliquid está aumentando principalmente entre traders que atuam no varejo e analistas semiprofissionais. Os usuários de varejo se sentem atraídos por iniciativas como airdrops e sistemas de pontuação. Já os analistas quantitativos buscam ofertas com taxas mais baixas, execuções rápidas e estratégias programáveis, tudo para otimizar suas operações.
Enquanto isso, grandes instituições ainda confiam em exchanges centralizadas, as chamadas CEXs. Essas plataformas oferecem suporte a transações em moeda fiduciária, serviços de conformidade e funcionalidades de corretagem que muitas vezes são essenciais para suas operações.
Elkaleh também destacou que a diferença na execução entre DEXs e CEXs está diminuindo rapidamente. Plataformas como Hyperliquid, dYdX v4 ou GMX agora oferecem desempenho que, até muito pouco tempo, era exclusivo das exchanges centralizadas.
DEXs buscando velocidade e transparência
A Hyperliquid, uma das principais DEXs para negociações perpétuas, funciona na sua própria blockchain e possui um livro de ordens centralizado. Elkaleh afirma que “cada ordem, cancelamento e execução é totalmente auditável”. Isso significa que a plataforma entrega desempenho rápido sem abrir mão da descentralização.
Ela promete finalizações de ordens em menos de um segundo e não cobra taxas de gás, o que é uma grande vantagem competitiva. No entanto, a disputa é acirrada no mercado das DEXs. Na BNB Chain, a Aster se destaca como uma concorrente forte.
Recentemente, as campanhas de incentivo da Aster aumentaram tanto o seu volume diário de negociações que, em alguns dias, superou a Hyperliquid. No último registro, a Aster alcançou cerca de US$ 47 bilhões em volume de negociação, mais do que o dobro da Hyperliquid, que ficou em US$ 17 bilhões, segundo dados da DefiLlama.
O crescimento das DEXs na BNB e na Solana é algo para se observar. Protocólos de BNB estão movimentando entre US$ 60 e 70 bilhões diariamente. A Drift e a Jupiter Perps, por sua vez, também têm ganhado espaço nesse cenário, beneficiando-se de liquidações rápidas e integrações eficazes.
Mas nem tudo são flores. Mesmo com todas essas inovações, as DEXs ainda enfrentam riscos. Elkaleh mencionou problemas como a centralização de validadores, oráculos defeituosos e vulnerabilidades em pontes. Outro desafio é manter liquidações estáveis em momentos de volatilidade do mercado.
Recentemente, a Aster teve que reembolsar traders que foram afetados por um erro em seu mercado perpétuo. Um problema técnico fez com que os preços aumentassem temporariamente para quase US$ 4, resultando em liquidações e taxas inesperadas.
Futuro: DEXs e CEXs lado a lado
Pensando no futuro, Elkaleh acredita que não há uma competição entre DEXs e CEXs. Para ele, “as DEXs são, sem dúvida, o futuro das plataformas de negociação de criptomoedas nativas”. Contudo, ele acrescenta que as CEXs ainda são essenciais para garantir liquidez e facilitar transações com moedas fiat.
Nos próximos anos, podemos esperar ver modelos híbridos que aproveitam o melhor de ambos os mundos. Isso pode criar um ecossistema mais equilibrado, onde a coexistência, e não a eliminação de um pelo outro, levará os mercados de criptomoedas a uma nova fase.