Mineradoras ignoram preço do Bitcoin e priorizam IA, afirma JPMorgan
O JPMorgan trouxe um recado interessante sobre as mineradoras de Bitcoin: elas estão começando a se distanciar do preço da criptomoeda ao focarem seus esforços na área de inteligência artificial (IA). Esse movimento é bem visível, já que as mineradoras que têm ações na bolsa mostraram um desempenho diferente do Bitcoin nos últimos meses. Enquanto a criptomoeda ficou meio parada, a capitalização de mercado dessas empresas deu um salto desde julho.
Segundo os analistas do banco, com essa mudança, temos uma “clara ruptura” na relação entre as ações de mineração e o preço do Bitcoin. Antes do lançamento dos ETFs de Bitcoin, as ações das mineradoras seguiam bem de perto o preço do ativo digital. Porém, agora elas estão se voltando mais para a IA, o que faz com que suas ações se conectem mais a esse setor do que ao Bitcoin.
Essa guinada para a inteligência artificial traz benefícios para as mineradoras, oferecendo receitas mais estáveis e margens de lucro maiores, se comparadas ao setor de mineração que, cada vez mais, parece um pouco mais turbulento e menos rentável. Por conta disso, os mercados de ações estão avaliando essas empresas com base no potencial da IA, e não mais apenas nos movimentos do preço do Bitcoin.
A mudança acontece em um cenário onde a lucratividade dos mineradores enfrenta desafios, especialmente após o halving ocorrido em abril de 2024. Esse evento cortou pela metade as recompensas por bloco, de 6,25 BTC para 3,125 BTC. De acordo com o JPMorgan, atualmente, minerar um Bitcoin custa cerca de US$ 92 mil, e essa conta deve aumentar para US$ 180 mil após o próximo halving, que acontecerá em 2028. Isso é bastante superior ao preço atual da moeda, que está em torno de US$ 110 mil.
Além disso, os custos com energia e hardware estão pesando no bolso e, com as renovações de contratos de energia, a vida dos mineradores não está nada fácil. Na visão dos analistas, essa mudança em direção à IA pode impactar a taxa de hash da rede do Bitcoin, reduzindo a capacidade de crescimento nos custos de produção. Isso pode beneficiar as grandes mineradoras, que têm mais flexibilidade para alternar entre a mineração de Bitcoin e a IA, enquanto as menores podem ter um desafio maior para se adaptar a essa nova realidade, podendo até migrar para outras criptomoedas, como Ethereum e Solana.


