Tether disponibiliza inteligência artificial gratuita
Durante a PlanB Conference, que rolou em Lugano, na Suíça, uma novidade agitou o público: o CEO da Tether, Paolo Ardoino, anunciou o lançamento de uma inteligência artificial gratuita para todos! Essa é uma jogada ousada da Tether em direção à inteligência artificial descentralizada, desafiando grandes nomes como Google, OpenAI e Meta.
Para entender a essência do projeto, Ardoino usou uma frase provocativa: “Não é sua IA, não é sua inteligência”. E assim surgiu o QVAC, uma plataforma open source que permite operar e treinar modelos de IA em qualquer dispositivo — de smartphones a notebooks.
QVAC Workbench: a nova ferramenta
Recentemente, a Tether lançou o aplicativo QVAC Workbench para Android, com versões para Windows, macOS e Linux já disponíveis, e uma versão para iOS em breve. O diferencial? A inteligência artificial funciona localmente, no próprio dispositivo do usuário, sem precisar depender da nuvem. Modelos como LLaMA e Mistral já estão operando dessa forma, garantindo que seus dados fiquem só com você.
Ardoino tem um objetivo claro: a partir de 2030, 90% dos usos de IA devem ser feitos localmente. “Queremos mostrar que é possível ter uma inteligência útil, privada e independente, sem depender de megacorporações”, enfatizou.
Desafiando o status quo da IA
Ele também fez críticas contundentes ao atual modelo de negócios das grandes empresas de tecnologia, que acumulam dados e poder. “A internet começou com um conceito peer-to-peer e a IA deve seguir esse mesmo caminho. Não precisamos de intermediários”. Ardoino acredita que essa entrega de decisões e ideias a sistemas que não compreendemos é um risco à liberdade das pessoas.
Ao se comparar com o uso excessivo de serviços na nuvem, ele questionou: “Por que precisamos de servidores externos para tudo? A nuvem deveria ser um backup, não a base da nossa conexão”.
Genesis I: um marco na inteligência artificial
A Tether não parou por aí. Junto ao QVAC, eles apresentaram o QVAC Genesis I, que Ardoino descreveu como o maior dataset sintético da história, com 41 bilhões de tokens disponíveis gratuitamente na plataforma Hugging Face. Esse conjunto de dados foi projetado para treinar modelos em áreas como matemática e medicina.
“Queremos que a IA não apenas repita informações, mas que realmente raciocine”, explicou. A base de dados nasce de um processo que transforma materiais científicos de alta qualidade em dados estruturados, promovendo um aprendizado profundo.
Delegando inteligência ao usuário
Outro ponto interessante do QVAC é o recurso Delegated Inference, que possibilita conectar dispositivos de forma peer-to-peer, permitindo que as pessoas compartilhem capacidade de processamento. Isso significa que você pode treinar modelos de IA no seu próprio ritmo e sem depender de terceiros.
A autonomia do indivíduo em jogo
Ardoino reiterou que “a inteligência deve pertencer ao indivíduo, e não a uma instituição”. Com o QVAC, a proposta é devolver aos usuários o controle total sobre suas ferramentas de inteligência, quebrando a barreira dos firewalls corporativos.
Ele comparou essa abordagem à filosofia do Bitcoin, reforçando que, assim como “não são suas chaves, não são suas moedas”, da mesma forma, se a IA não pertencer a você, o seu pensamento também pode não ser livre.
O lançamento do QVAC representa mais que uma inovação tecnológica; é um passo da Tether em defesa da decentralização na inteligência artificial, buscando democratizar o acesso, assim como o Bitcoin fez no sistema financeiro. O objetivo é garantir que todos façam parte dessa revolução inteligente, sem deixar ninguém para trás.





