Ofertas de crowdfunding crescem com aumento da tokenização
A Comissão de Valores Mobiliários, ou CVM, trouxe novidades animadoras sobre o mercado de crowdfunding no Brasil. Nos primeiros nove meses de 2025, o número de ofertas desse tipo mais do que dobrou: de 253, saltou para 629. E isso não é tudo! O volume de dinheiro investido quadruplicou, passando de cerca de R$ 760 milhões para cerca de R$ 3,1 bilhões. Uma verdadeira revolução, não é mesmo?
Esse crescimento, grande parte dele, está ligado à tokenização de ativos. Com as novas regras para crowdfunding, o Brasil abriu as portas para que mais pessoas e empresas possam se beneficiar desse tipo de investimento. Até o terceiro trimestre de 2025, o total de valores mobiliários emitidos chegou a R$ 630,9 bilhões. O movimento foi puxado, especialmente, pelos fundos imobiliários e pelos fundos de direitos creditórios.
Regulação em evolução: tokenização e crowdfunding
À medida que o mercado cresce, as regras também precisam acompanhar. Em setembro, a CVM lançou uma consulta pública para atualizar a Resolução CVM 88. Essa norma regula as ofertas públicas de valores mobiliários por plataformas de crowdfunding. A ideia é substituir o texto atual por um regime mais amplo, que inclua, por exemplo, securitizadoras, produtores rurais e cooperativas agropecuárias como emissores.
Além disso, estão previstos novos limites de captação: até R$ 25 milhões para sociedades empresariais e cooperativas, R$ 50 milhões para securitizadoras e R$ 2,5 milhões por safra para os produtores rurais. Essas alterações visam facilitar a vida de quem deseja investir ou captar recursos.
Outro ponto positivo é a maior integração entre plataformas de crowdfunding e intermediários tradicionais. Agora, será possível reinvestir valores no mesmo ano sem que isso conte para o limite anual de captação. O foco da CVM é modernizar sua regulamentação para que o crowdfunding possa incluir operações de tokenização e securitização.
A mudança reflete que o crowdfunding não é mais somente um canal alternativo para startups, mas sim uma ferramenta valiosa na digitalização do mercado de capitais. A CVM está pensando em como tornar o ambiente mais seguro e transparente, tanto para plataformas quanto para os investidores.
Outros destaques do relatório
O boletim da CVM revela que a emissão da indústria dos Fundos de Investimento Imobiliário (FII) chegou a R$ 68,8 bilhões até o terceiro trimestre de 2025, um crescimento de 13,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, que foi de R$ 60,4 bilhões. E os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) também não ficaram atrás, com um aumento de 8,6%, totalizando R$ 97,9 bilhões em 2025.
Por outro lado, o volume de emissões de ativos de renda fixa, como debêntures e certificados de recebíveis, teve uma leve queda, caindo de R$ 541,1 bilhões em 2024 para R$ 525,2 bilhões em 2025. Isso pode ser atribuído ao cenário de juros altos e uma maior cautela dos investidores.
Hoje, o número de participantes regulados pela CVM chega a 92.322, um aumento de 2,8% comparado a 2024. O valor total do mercado regulado está estimado em R$ 46,3 trilhões (ou R$ 17,2 trilhões, excluindo derivativos), mostrando um crescimento robusto de 8,5% em relação ao ano anterior.
Esses dados indicam um mercado de capitais em plena expansão, com instrumentos novos ganhando destaque e tecnologias emergentes, como a tokenização, abrindo novos caminhos para se integração entre as finanças tradicionais e digitais. O crowdfunding aparece como uma ponte valiosa nesse contexto de inovação e inclusão financeira, enquanto a CVM busca aprimorar a sua regulação.





