O sistema financeiro brasileiro está passando por uma transformação incrível, impulsionada pela blockchain, que traz uma infraestrutura mais transparente e em conformidade com as regras do mercado. Recentemente, a VERT Capital, em parceria com a Ripple, concretizou sua segunda operação de crédito tokenizado, apenas três meses depois de lançar sua primeira plataforma nessa área.
Essa nova emissão não é só mais um passo, mas sim um avanço significativo, trazendo uma nova classe de crédito regulado para o ambiente digital. A tokenização no Brasil deixou de ser apenas um experimento e agora é uma realidade em crescimento, trazendo novas oportunidades para investidores e para o mercado como um todo.
Uma nova classe de crédito tokenizado
A mais recente operação da VERT é uma inovação: é o primeiro FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) tokenizado do Brasil, lastreado em recebíveis de aposentadorias públicas, ou seja, ligadas a pagamentos do INSS. Isso significa que o fundo oferece uma classe de ativos diversificada e de baixo risco, já que está vinculado a recursos garantidos pelo governo.
Esses FIDCs reúnem diferentes recebíveis de crédito, semelhantes aos títulos que são lastreados em ativos. Na prática, cada recebível representa uma parte dos pagamentos mensais que o governo federal deve aos aposentados, garantindo aos investidores um fluxo de caixa previsível e seguro.
Atualmente, o fundo possui mais de R$ 200 milhões (por volta de US$ 40 milhões) em patrimônio líquido e há planos para chegar a R$ 1 bilhão (cerca de US$ 190 milhões) conforme a demanda aumente. A fintech BYX colabora com a VERT, fornecendo a base tecnológica necessária para a gestão desses recebíveis.
Automação e regulação
A plataforma da VERT, que utiliza o XRPL e sua EVM Sidechain, registra todos os eventos de forma digital. Isso inclui documentação e pagamentos, permitindo auditorias praticamente em tempo real e total conformidade com a legislação brasileira.
Outra novidade dessa operação é o VERT Sign, que facilita a assinatura de documentos através da blockchain. Ele usa assinaturas digitais para automatizar processos, reduzindo a necessidade de intervenções manuais e, de quebra, os riscos operacionais.
Gabriel Braga, Diretor de Ativos Digitais da VERT, explica que essa mudança está aproximando o mercado de um cenário onde os instrumentos financeiros tokenizados são mais do que apenas representações; eles são a própria essência dos ativos, favorecendo um mercado de capitais mais eficiente e controlado.
Fortalecendo as bases do blockchain no Brasil
A parceria entre a VERT e a Ripple mostra como a infraestrutura pública de blockchain pode se adequar a padrões rigorosos do mercado financeiro. As duas empresas estão integradas ao programa LEAP, uma iniciativa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que visa pesquisar e regulamentar o uso de novas tecnologias.
Com o LEAP, pretendem mostrar como a DEX (exchange descentralizada) do XRPL pode servir como uma estrutura para a negociação de valores mobiliários, o que ajuda a reduzir custos e promove um mercado mais aberto.
Silvio Pegado, Diretor-Geral da Ripple para a América Latina, destaca que o Brasil é um exemplo de como regulação e inovação podem coexistir. A ideia é que, unindo uma infraestrutura preparada para compliance com aplicações reais, a região mostre ao mundo que a blockchain pode funcionar efetivamente.
Do conceito à infraestrutura de mercado
A trajetória da VERT mostra como a adoção do blockchain pode avançar rapidamente quando há boas bases. Em menos de um ano, eles já tokenizaram centenas de milhões de reais em crédito estruturado, conectando investidores a opções financeiras claras e regulamentadas.
Durante seus nove anos de atuação, a VERT já fez mais de 390 operações de crédito estruturado, somando cerca de R$ 104 bilhões emitidos e R$ 69 bilhões sob gestão. Esse histórico evidencia a convergência entre finanças reguladas e inovações em blockchain.
O Brasil caminha para um ecossistema financeiro mais digital, e colaborações como essa entre a VERT e a Ripple estão moldando um futuro mais transparente e confiável.
