Arthur Hayes, o fundador da BitMex, lançou uma análise interessante sobre o mercado, e ela chegou em um momento delicado: o Bitcoin caiu para menos de US$ 103.000, marcando seu preço mais baixo nos últimos cinco meses. O que será que está acontecendo?
Apesar desse recuo, há algumas razões que poderiam justificar um novo impulso para o Bitcoin. O Federal Reserve (Fed) dos EUA fez mais uma redução na taxa de juros, além disso, várias empresas de tecnologia apresentaram bons resultados financeiros no terceiro trimestre. E, claro, os dois gigantes, EUA e China, estão mais próximos de firmar um acordo comercial.
Mas Hayes aponta um fator mais preocupante por trás dessa queda: o shutdown do governo americano. Essa situação está tirando liquidez do mercado, o que impacta diretamente o desempenho do Bitcoin.
O que leva à queda do Bitcoin?
Arthur Hayes, que tem uma bagagem sólida com passagens pelo Deutsche Bank e Citigroup, é uma referência no universo das criptomoedas. Em sua análise, ele sugere que o Banco Central dos EUA pode estar prestes a iniciar um tipo de “quantitative easing oculto”, ou seja, imprimindo mais dinheiro. No entanto, até isso ocorrer, Hayes aconselha cautela e a preservação de capital.
Ele explica que a instabilidade pode continuar, especialmente enquanto durar o fechamento do governo americano. O Tesouro está apelando para leilões de dívida, o que significa que está pegando emprestado dinheiro — eliminando liquidez do dólar, mas não está injetando esse dinheiro de volta na economia.
“A Conta Geral do Tesouro está cerca de US$ 150 bilhões acima da meta de US$ 850 bilhões, e esse dinheiro extra só será liberado para o mercado quando o governo reabrir,” destaca Hayes. Essa retirada de liquidez, segundo ele, é um dos motivos da fraqueza no mercado cripto.
Na plataforma Polymarket, as apostas sobre o término do shutdown estão em alta. Inicialmente, muita gente achava que a situação se resolveria apenas após o dia 16 de novembro, mas agora, a expectativa é de que o governo retome suas atividades mais cedo, ainda na primeira quinzena deste mês.
Ciclos e a recuperação do Bitcoin
Hayes também fala sobre a crença comum de que o Bitcoin passa por grandes ciclos de alta a cada quatro anos, nos anos de 2013, 2017, 2021 e, possivelmente, em 2025. Ele, no entanto, não está convencido de que isso se aplicará desta vez e sugere que o rali pode ir até 2026 por várias razões.
Ele argumenta que muitos investidores podem interpretar essa fase de fraqueza como o fim do ciclo e decidir vender suas posições. “Isso pode ser um erro: a mecânica da liquidez do dólar não mente,” sugere. Quando traduzimos o que acontece no mercado em termos de “imprimir dinheiro” ou “destruir dinheiro,” tudo fica mais claro.
Recentemente, Hayes também mencionou que uma nova crise bancária nos EUA poderia impulsionar o preço do Bitcoin. O que ele quer dizer com isso? Bom, a dinâmica financeira atual pode trazer surpresas, e é sempre bom estar informado sobre o que acontece no mercado.
