CEO da Binance se pronuncia sobre CZ e polêmica com Trump
Recentemente, o mundo das criptomoedas se agitou com algumas revelações sobre a Binance e suas ligações com Donald Trump. A história gira em torno de um investimento de US$ 2 bilhões do fundo estatal MGX, de Abu Dhabi. Essa grana foi movimentada com a stablecoin chamada USD1, que é uma moeda digital criada pela World Liberty Financial, empresa ligada à família Trump.
O investimento da MGX e a subsequente listagem da USD1 na Binance não passaram despercebidos. Muitos apontaram que isso poderia estar conectado ao perdão presidencial concedido a Changpeng Zhao, o CEO da Binance. Durante uma entrevista à CNBC, Richard Teng, que comanda a Binance no Golfo, negou qualquer tipo de favorecimento. Para ele, a decisão do fundo MGX em usar a USD1 foi independente e outras plataformas já tinham listado a moeda antes da Binance.
Acusações de Corrupção e Suas Implicações
O Wall Street Journal trouxe à tona informações de que a Binance não apenas facilitou a transação com a MGX, mas também colaborou na criação da tecnologia por trás da USD1. Além disso, essa stablecoin se beneficiou de uma parceria com a PancakeSwap, um mercado conectado à Binance.
A senadora Elizabeth Warren, famosa por suas críticas ao setor das criptomoedas, também não ficou de fora. Ela acusou a Binance e a administração Trump de corrupção. Warren citou que Zhao já havia se declarado culpado por lavagem de dinheiro e depois ajudou no projeto da família Trump, enquanto fazia lobby para o perdão.
As ligações entre a World Liberty Financial e a Casa Branca têm levantado muitas suspeitas. Há relatos sobre como Trump e seus familiares não ocupam cargos gerenciais na empresa, mas, ao mesmo tempo, sendo que eles recebem parte das receitas e possuem tokens que lastreiam a companhia. Estima-se que a plataforma tenha faturado centenas de milhões, senão bilhões.
O que mais deixou as pessoas em alerta foi o timing do investimento de US$ 2 bilhões, que aconteceu apenas duas semanas antes de um acordo sobre microchips entre os Estados Unidos e os Emirados Árabes. Isso gerou novas preocupações sobre possíveis conflitos de interesse.
Trump e Suas Declarações
Em uma entrevista ao programa 60 Minutes, Trump declarou que não conhecia Zhao, apesar do perdão ter sido concedido. Ao ser questionado sobre o investimento e as acusações de lavagem de dinheiro, ele se referiu ao caso como uma “caça às bruxas”. O presidente afirmou que seus filhos tocam os negócios de forma independente e que ele não está envolvido.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, apoiou o perdão, afirmando que Zhao foi processado sem acusações de fraude. Desde então, Trump tem demonstrado um novo interesse pelo setor cripto, propondo leis que poderiam beneficiar exchanges como a Coinbase e a Ripple.
A Binance Quer Retornar aos EUA
Depois do perdão de Zhao, a Binance está pensando em voltar ao mercado dos Estados Unidos. Existe a possibilidade de que a operação local se una à estrutura global, ou que os usuários americanos tenham acesso direto. No momento, a Binance.US funciona como uma entidade separada e representa menos de 1% do volume de Bitcoin nos EUA, enquanto a plataforma internacional abocanha quase 40% do volume global.
Essa nova situação legal parece ter dado um fôlego à Binance, que viu o valor de seu token BNB subir 8% logo após o perdão ser anunciado. Contudo, há uma resistência por parte de alguns reguladores, e o deputado Ro Khanna chegou a sugerir uma lei para proibir que políticos tenham ou lancem criptomoedas, chamando o perdão de Zhao de “corrupção explícita”.
Zhao, por sua vez, manifestou seu descontentamento com as acusações e, em um momento de frustração, ameaçou processar Elizabeth Warren por difamação. Mas o advogado da senadora rebateu, afirmando que as declarações dela são baseadas em registros públicos e, portanto, verdadeiras.





