Saídas de ETFs de Bitcoin e Ethereum chegam a quase US$ 800 milhões
Os ETFs de Bitcoin e Ethereum que são negociados à vista nos Estados Unidos enfrentaram um momento difícil nesta terça-feira (4), com uma saída líquida de incríveis US$ 797 milhões. Essa movimentação ocorre em meio a uma queda no mercado, enquanto investidores institucionais fazem ajustes em suas carteiras.
Esses ajustes podem estar relacionados ao que chamamos de FUD, ou seja, medo, incerteza e dúvida, originados das declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, além da contínua paralisação do governo dos EUA. Os ETFs de Bitcoin, especificamente, viram uma saída líquida de US$ 577,74 milhões, a mais alta registrada em um único dia desde 1º de agosto. O fundo FBTC da Fidelity, por exemplo, teve uma saída de US$ 356,6 milhões, enquanto o ARKB da Ark & 21Shares perdeu US$ 128 milhões e o GBTC da Grayscale viu saídas de US$ 48,9 milhões.
No total, sete fundos de Bitcoin deram adeus a investimentos. Essa sequência de saídas já dura cinco dias, somando US$ 1,9 bilhão em retiradas.
Saídas em ETFs de Ethereum
Durante o mesmo período, os ETFs ligados ao Ethereum também não tiveram boas notícias, registrando saídas líquidas de US$ 219,37 milhões. O fundo ETHA da BlackRock foi o mais afetado, com uma retirada de US$ 111 milhões. Outros fundos, como os da Grayscale e da Fidelity, também enfrentaram perdas, mas, curiosamente, os ETFs de Solana foram uma exceção, recebendo entradas líquidas de US$ 14,83 milhões.
Em relação aos valores das criptomoedas, o Bitcoin teve uma queda de 2,1% em 24 horas, sendo negociado a US$ 102 mil na manhã desta quarta-feira (5). O Ethereum, por sua vez, caiu 5,5%, com um valor de US$ 3.316. A Solana também teve uma queda de 2,1%, sendo negociada a US$ 158, de acordo com dados do Coingecko.
Analistas comentam sobre os ETFs
Rachael Lucas, analista de criptomoedas da BTC Markets, destacou que essas saídas consecutivas de capital são um sinal de mudança no posicionamento dos investidores institucionais. Ela mencionou que isso representa uma “recalibração” das estratégias de investimento, algo que ocorre frequentemente quando há necessidade de gerenciar riscos com base em um cenário econômico complicado.
As falas de Jerome Powell no mês passado acabaram com as esperanças de um corte nas taxas de juros para dezembro. Derek Lim, do Caladan, comentou que o índice de medo e ganância no mercado de criptomoedas caiu para 21, uma indicação de “medo extremo”. No entanto, ele acredita que a estrutura de alta do mercado ainda está de pé. Segundo ele, um eventual atraso no corte de juros poderia impactar negativamente os ativos de risco, mas as condições gerais da economia não mudaram significativamente.
Lim também frisou que, apesar da queda de 21,5% do Bitcoin, de US$ 125 mil para US$ 99 mil, essa diminuição é bem menor do que a registrada anteriormente, que foi de 31% durante o primeiro trimestre do ano. Isso mostra que, apesar do nervosismo atual, a volatilidade sempre fará parte do cenário das criptomoedas.
Para Rachael Lucas, se as saídas mantiverem essa tendência, o mercado pode sentir mais pressão nos preços. A liquidez é afetada, a volatilidade aumenta e questões técnicas começam a aparecer. Dentro desse contexto, uma nova narrativa ou uma mudança na perspectiva econômica, como cortes nas taxas de juros ou um fortalecimento da tokenização de ativos, poderia reacender o interesse dos investidores.





