Ex-atleta é detido por fraude em criptomoedas
O ex-jogador australiano de rúgbi, Trent Merrin, é alvo de acusações por supostamente roubar cerca de US$ 91 mil em criptomoedas. A história começou a ganhar corpo durante uma investigação da polícia que se estendeu por um ano. As autoridades afirmam que Merrin transferiu, de maneira enganosa, ativos digitais de uma conta de vítima.
Merrin, que tem 36 anos e jogou 250 partidas na NRL pelo St. George Illawarra Dragons e também pelo Penrith Panthers, foi preso em sua casa em Barrack Point, na região de Shellharbour, na manhã do dia 4 de novembro. Essa prisão aconteceu após um ano de apurações sobre o suposto roubo da carteira de criptomoedas de um homem de 29 anos.
Como o esquema funcionava
A Polícia de New South Wales relatou que ele usou métodos enganadores para acessar, sem autorização, a conta da vítima e transferir os fundos. Durante a operação policial, diversos dispositivos eletrônicos foram apreendidos na casa de Merrin e passarão por análises forenses.
O ex-atleta se apresenta online como um “entusiasta de criptomoedas” e “empreendedor dedicado”. Desde que se aposentou, ele se lançou em negócios de bem-estar, incluindo um serviço de terapia de imersão em água gelada. Após a prisão, Merrin obteve fiança condicional e deverá comparecer à Corte Local de Port Kembla no dia 3 de dezembro. Detalhes de como a transferência foi realizada ainda não foram revelados, assim como a possibilidade de recuperar as criptomoedas.
Aumento das fraudes em criptomoedas
O caso de Merrin se insere em um cenário mais amplo de fraudes envolvendo criptomoedas, particularmente envolvendo ex-atletas e figuras públicas. Em julho, por exemplo, Shane Donovan Moore, ex-jogador de rúgbi semi-profissional em Seattle, foi condenado a 30 meses de prisão por aplicar um esquema Ponzi que desviou US$ 900 mil de mais de 40 investidores. O dinheiro deveria ser direcionado a um negócio de mineração de cripto, mas acabou sendo utilizado para despesas pessoais.
Na China, cinco indivíduos foram condenados a até quatro anos de prisão por operar um esquema de câmbio ilegal que movimentou mais de US$ 166 milhões. Essa ação foi classificada como uma das maiores relacionadas a criptomoedas já registradas no país.
Crescimento das fraudes nos EUA
Nos Estados Unidos, dois irmãos formados no MIT estão sendo julgados em Manhattan por roubar US$ 25 milhões em Ethereum em questão de segundos. O caso levanta questões sobre a legalidade das fraudes em sistemas descentralizados, e os promotores afirmam que a ação foi uma fraude, enquanto a defesa contesta esse posicionamento.
Esses acontecimentos revelam o aumento das fraudes relacionadas a criptomoedas, especialmente à medida que a adoção global dessas tecnologias cresce. Segundo o FBI, os americanos relataram perdas de US$ 9,3 bilhões com fraudes em criptomoedas em 2024, o que representa um aumento de 66% em relação ao ano anterior. Mais da metade dessas perdas está ligada a golpes de investimento, com mais de 149 mil queixas registradas.
O relatório semestral de 2025 da empresa Chainalysis indica que o ritmo não diminuiu: já foram roubados US$ 2,17 bilhões em 2025, um número que ultrapassa o total do ano anterior. Analistas afirmam que muitos desses casos são resultado de táticas enganosas, falhas de segurança digital e uma confiança mal colocada.





