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Drex vai desligar parte, afirma diretor da Fenasbac

O assunto do dia é o Drex, a moeda digital que está em desenvolvimento pelo Banco Central do Brasil. Recentemente, surgiram rumores sobre um possível fim do projeto, mas para desgosto dos pessimistas, isso não é verdade. Em uma conversa descontraída com Rodrigoh Henriques, o Diretor de Inovação e Estratégia da FENASBAC, ele deixou claro que o Drex ainda está muito vivo e ativo.

Henriques explicou que o Banco Central optou por desligar parte da plataforma que estava sendo usada nos testes do projeto piloto. Isso não significa que tudo acabou, mas que eles estão focando em melhorias mais práticas e específicas. O Drex está buscando, de fato, formas mais eficientes de registrar e compartilhar garantias no sistema de crédito. O Banco Central ainda está aberto a explorar diferentes tecnologias para isso.

O Banco Central não fez nenhuma declaração oficial sobre os rumores, e a reportagem ficou na expectativa de um retorno. Vamos acompanhar como essa história se desenrola.

O que aconteceu com a tecnologia que não atendeu aos requisitos do regulador?

Henriques comentou que a privacidade é uma questão sempre presente, especialmente quando falamos de sigilo bancário e das normas da LGPD. A tecnologia blockchain tem suas peculiaridades: ela permite anonimato, mas todo mundo pode ver as transações da rede. Essa transparência toda levanta preocupações. Afinal, nenhum país quer que seu sistema financeiro seja usado para atividades ilícitas.

Nos últimos anos, o setor financeiro vem buscando modificar as redes blockchain para incluir soluções que conheçam os usuários, mas sem expor totalmente suas transações. É um desafio que ainda não foi completamente resolvido, apesar de várias inovações interessantes que participaram do piloto do Drex.

As empresas e entidades que apoiarão o Drex entenderam bem a situação?

Rodrigoh acredita que o mercado está amadurecido e que essa questão da privacidade não seria resolvida rapidamente. Muitas instituições, mesmo com essa percepção, continuam investindo na criação de redes para negociação de ativos tokenizados. Um exemplo disso é o projeto piloto de tokenização da Anbima, que promete ajudar a organizar esses esforços e já responde à demanda por ativos tokenizados.

Os testes com empresas internacionais foram proveitosos?

Os testes realizados durante o piloto foram, segundo Rodrigoh, bastante produtivos. Ele destacou que o grande benefício de realizar projetos piloto é que todas as empresas envolvidas aprendem muito, mesmo quando os desafios não são totalmente superados. Esse aprendizado sobre os limites da tecnologia é valioso tanto para o regulador quanto para as instituições financeiras.

O que vem pela frente para o Drex? É verdade que ele pode não usar mais a blockchain?

Sim, Rodrigoh confirmou que o Banco Central se declarou neutro em relação à tecnologia a ser utilizada. Essa postura abre reais possibilidades de explorar soluções que não envolvem blockchain.

A blockchain foi a responsável pelos desafios do Drex?

Não exatamente. Rodrigoh explicou que o problema está mais relacionado à fase inicial do desenho das redes blockchain. As redes inicialmente não tinham a intenção de serem centralizadas ou de focar em privacidade. No entanto, novas redes estão surgindo com essas preocupações, trazendo esperança para resolver esses obstáculos nos próximos anos.

Como a Fenasbac vê o futuro do mercado financeiro brasileiro?

Rodrigoh vê um grande potencial para o mercado financeiro neste momento. O Banco Central não está abandonando a DLT, mas sim buscando soluções que permitam inovações. A maioria dos projetos aceitos no laboratório de inovação do BC, coordenados pela Fenasbac, usa blockchain para propor novas soluções.

Além disso, o novo laboratório de inovação da CVM, o LEAP, também possui muitos projetos nesta área. O mercado já notou que a blockchain pode servir de infraestrutura não apenas para novos produtos, mas também para os serviços tradicionais. A tokenização de ativos, como ações e debêntures, é uma aposta forte.

A Fenasbac tem um papel ativo acompanhando todo o processo, e isso mostra que nunca houve um momento tão propício para consolidar a tecnologia blockchain e criar novos produtos financeiros. A expectativa é boa, e seguimos observando as novidades do Drex.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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