Banco da Inglaterra prevê lei de stablecoins rápida no Reino Unido
O Reino Unido está se preparando para implementar sua estrutura regulatória para stablecoins de maneira rápida, igual ao que os Estados Unidos já estão fazendo. Essa informação vem de uma alta funcionária do Banco da Inglaterra, que quis acalmar as preocupações sobre o país ficar para trás nessa área.
Na conferência SALT em Londres, a vice-governadora Sarah Breeden deixou claro que o banco britânico está comprometido a acompanhar o movimento dos EUA. Por lá, uma nova lei chamada GENIUS, sancionada pelo ex-presidente Trump, já estabeleceu diretrizes para as stablecoins, impulsionando a adoção desses ativos. Sarah destacou que o objetivo é garantir que o Reino Unido tenha um regime funcionando o mais rápido possível, destacando a importância dessa mudança para o setor.
Paul Howard, da empresa de negociação de criptomoedas Wincent, também expressou otimismo. Ele vê esse compromisso do Reino Unido como uma excelente notícia, principalmente porque o setor financeiro britânico representa mais de 40% do PIB do país, tornando essencial proteger os empregos nesta área.
Essa pressão por regulamentações claras vem em um momento de colaboração entre Reino Unido e EUA. Os dois países iniciaram uma força-tarefa em setembro, visando alinhar regras sobre criptomoedas e facilitar os fluxos de capital transfronteiriços. As recomendações de políticas estão previstas para março de 2026.
Preocupações com os limites
O Banco da Inglaterra tem planos de apresentar sua proposta de regulamentação em breve, com a expectativa de que as novas regras entrem em vigor até o final do próximo ano. Entre os limites propostos, está um teto de US$ 26.087 (£ 20.000) para indivíduos e US$ 13 milhões (£ 10 milhões) para empresas. No entanto, algumas isenções para grandes exchanges de criptomoedas e instituições estão sendo consideradas.
Durante a conferência, Breeden minimizou as preocupações relacionadas a esses limites. Para ela, a situação pode não ser tão problemática quanto parece. Ela comparou a estrutura do crédito entre os EUA e o Reino Unido, ressaltando que enquanto nos EUA as pessoas obtêm seus empréstimos hipotecários de instituições como Fannie Mae e Freddie Mac, no Reino Unido, esse processo acontece principalmente através de bancos comerciais.
Ainda assim, alguns no setor estão preocupados. Simon Jennings, do Conselho Britânico de Negócios de Criptoativos, comentou sobre a importância de revisar esses limites. Ele acredita que a situação pode se tornar complicada e até inviável para muitos investidores de varejo.
O Banco da Inglaterra explicou que os limites poderiam ser ajustados conforme as preocupações sobre os impactos das stablecoins no sistema financeiro diminuíssem. A expectativa é que, se os riscos para a estabilidade financeira forem controlados, esses limites possam ser aumentados ou até mesmo removidos.
Por enquanto, o mercado permanece cauteloso. A maioria dos usuários em plataformas de previsão acredita que o valor total de todas as stablecoins não vai passar de US$ 360 bilhões antes de fevereiro do ano que vem, mesmo que atualmente esteja em torno de US$ 311 bilhões, segundo dados recentes.





