Michael Saylor, o criador do conceito de empresas focadas em tesouraria de Bitcoin, trouxe uma novidade interessante para o cenário financeiro. Ele agora enxerga claramente qual será o próximo passo da sua empresa, a Strategy: liderar o desenvolvimento do crédito digital. Saylor acredita que esse novo modelo de negócios pode ser tão revolucionário quanto foram, no passado, os bancos e as seguradoras.
Recentemente, Saylor compartilhou suas ideias durante o OranjeBTC Summit, um evento que marcou a sua estreia no Brasil. Ele afirmou que, após a vitória de Donald Trump no ano passado, percebeu que o caminho estava aberto para o mercado financeiro global adotar ativos digitais de vez. Para Saylor, o que vai impulsionar essa transformação é “emitir instrumentos de crédito utilizando Bitcoin”.
Em 2025, a Strategy colocou em prática essa visão ao fazer cinco ofertas de ações preferenciais perpétuas. Isso significa que quem comprou essas ações recebe um retorno anual de 10%, enquanto a empresa usa esse capital para adquirir mais Bitcoin. Ele ressaltou que agora a Strategy já levantou mais de US$ 5 bilhões com esse tipo de operação, consolidando-se como uma das principais fornecedoras de crédito digital no mundo.
Saylor também destacou algumas vantagens desse novo modelo. Enquanto no mercado financeiro dos EUA, quem empresta dinheiro costuma receber apenas 4% de juros e ainda paga impostos sobre isso, no crédito digital a situação muda. A empresa não apenas paga um dividendo anual de 10%, mas esse valor, se gerado através de uma empresa de tesouraria de Bitcoin, é considerado um ganho de capital. Isso significa, em termos simples, que os impostos são diferentes e, muitas vezes, mais favoráveis ao investidor.
Outra vantagem notável, segundo Saylor, é que ao conceder crédito digital, as empresas vão registrar equity em seus balanços ao invés de dívidas. Essa mudança traz mais segurança nas demonstrações financeiras, ao contrário do que ocorre com as empresas tradicionais que, ao tomar crédito, geralmente buscam pagar o menor juro possível.
A ideia básica do crédito digital, claro, é bem diferente da abordagem tradicional. Enquanto no modelo convencional o foco é reduzir custos, no crédito digital o objetivo é maximizar o fluxo de caixa depois dos impostos para quem investe nesse tipo de crédito. Isso pode parecer um pouco técnico, mas, no fundo, Saylor está propondo uma nova forma de lidar com financiamentos que promete ser mais rentável e eficiente.
Essas inovações têm gerado muito interesse no mercado, especialmente entre aqueles que buscam entender como podem se beneficiar da popularização do Bitcoin e do crédito digital. É um mundo em rápida evolução, cheio de oportunidades para quem está disposto a prestar atenção.
