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Relatório aponta 16 redes de criptomoedas com risco de congelamento de fundos

Um estudo divulgado pela Lazarus Security Lab, parte da Bybit, fez uma análise de 116 redes de criptomoedas e revelou que 16 delas têm a capacidade de congelar os ativos dos usuários. Isso pode ser uma surpresa para muitos que pensam que todas as transações em blockchain são totalmente imutáveis e seguras.

Além disso, o relatório também aponta que outras 19 blockchains podem facilmente incorporar essa funcionalidade com algumas alterações simples em seus códigos. Esse é um ponto importante para quem investe ou pretende investir em criptomoedas, pois envolve a segurança e a liberdade que os usuários têm sobre seus ativos.

Embora o estudo não aborde diretamente tokens, é válido lembrar que muitos projetos que utilizam contratos inteligentes incluem funcionalidades de congelamento. Um exemplo notável é a stablecoin USDT, da Tether, que já confiscou mais de US$ 1,6 bilhão em diferentes situações.

Essa questão sobre congelamento é bem polêmica. Por um lado, a possibilidade de bloquear fundos pode ser uma medida para evitar roubos. Por outro, isso também abre espaço para ações questionáveis, como confiscações que podem ser consideradas injustas. Além disso, isso leva à responsabilização dos desenvolvedores por transações que possam ser vistas como ilegais.

Bybit revela que 16 blockchains podem congelar fundos de usuários

O relatório da Bybit é, até agora, o maior e mais detalhado estudo sobre as capacidades de congelamento em criptomoedas. Com 37 páginas, ele traz informações ricas sobre as características técnicas de cada projeto.

Das 16 blockchains que conseguem fazer esse tipo de congelamento, 5 já têm um sistema embutido, que inclui uma lista pública de endereços banidos. Um exemplo histórico é a VeChain, que implementou essa função em dezembro de 2019 após sofrer um ataque que resultou no roubo de aproximadamente US$ 6,6 milhões em tokens VET.

Os pesquisadores destacam que, atualmente, 469 endereços estão nessa lista negra da VeChain. Outras redes como Chiliz, Viction, XDC e BNB Chain também adotam mecanismos semelhantes.

Além disso, nesse meio, há 10 redes que utilizam um método mais restritivo, mantendo suas listas de bloqueio em arquivos de configuração privados. Entre elas, estão Harmony (ONE), Aptos, e WAXP (WAX). Essas listas são acessíveis apenas a validadores e desenvolvedores chave, o que limita o alcance da transparência.

No caso da Huobi Eco Chain (HECO), a abordagem é via contratos inteligentes, trazendo mais uma camada de segurança.

Outras redes podem facilmente implementar essa funcionalidade de congelamento de criptomoedas

O relatório também investiga os códigos de outras blockchains, analisando casos de hackers que, em alguns casos, pressionaram os desenvolvedores a adotar essas funcionalidades.

Além das 16 redes mencionadas, há outras 19 que poderiam facilmente adicionar essa capacidade com pequenas modificações. Algumas dessas blockchains são ARBI, Cosmos (ATOM), e Terra (LUNA).

Esse estudo levanta questões importantes sobre a filosofia das criptomoedas. A implementação desses mecanismos pode desafiar os princípios de descentralização que muitos acreditam ser fundamentais para a tecnologia. Porém, a realidade é que esses sistemas também ajudam a evitar que hackers roubem fundos dos usuários.

Recentemente, a Bybit enfrentou um ataque em que R$ 8,2 bilhões em Ethereum e ativos sintéticos foram comprometidos, com apenas 5,3% desse total recuperado até agora. Isso mostra que, apesar de toda a segurança que a blockchain promete, os usuários ainda precisam estar atentos e informados sobre como seus ativos são gerenciados.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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