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Bitcoin a US$ 80 mil: é o momento certo para investir?

O mercado de criptomoedas começou esta sexta-feira (21) sob um clima tenso, com o Bitcoin (BTC) despencando para a casa dos US$ 80 mil. Essa queda acentuou o sentimento de “medo extremo” entre os investidores, numa fase negativa que já se arrasta há mais de um mês.

No início do mês, a criptomoeda estava em US$ 110 mil e, desde então, a situação se agravou com liquidações bilionárias e uma pressão macroeconômica intensa. Enquanto alguns investidores veem um cenário de mais quedas, outros acreditam que pode ser uma boa oportunidade de compra. Mas, afinal, é hora de comprar Bitcoin?

Rony Szuster, especialista do Mercado Bitcoin, sugere que, apesar da recente queda, o momento pode ser estratégico para quem quer entrar ou aumentar sua posição em Bitcoin. Ele alerta, contudo, que os últimos eventos aumentaram a chance de um ciclo de baixa a curto prazo, o que pede cuidado na hora de investir.

Historicamente, momentos de pessimismo acentuado, como o atual, costumam preceder recuperações nos preços. E isso acontece especialmente quando o cenário fundamental ainda é positivo. “A correção que estamos vendo agora se encaixa no padrão de movimentos de ciclos anteriores e acontece num ambiente de ‘medo extremo’, que frequentemente indica pontos de reversão”, analisa Szuster. Mesmo com os riscos a curto prazo, ele acredita que a estrutura do mercado permanece favorável, especialmente com uma expectativa de melhora na liquidez global a partir de dezembro.

Aumento global da aversão ao risco

Ricardo Dantas, CEO da Foxbit, vê a correção como parte do ciclo natural das criptomoedas, que alterna entre períodos de alta e ajustes. Ele aponta que a recente queda se deve, em parte, à realização de lucros, reforço do dólar e uma aversão global ao risco.

“Depois de atingir recordes no início deste mês, o mercado passou por uma onda de realização de lucros e diminuição da exposição ao risco”, comenta Dantas. Para o curto prazo, ele acredita que as oscilações vão continuar, influenciadas pelo dólar forte, pelo clima de incerteza geopolítica e pelas liquidações que têm levado os investidores a buscarem ativos mais seguros. No entanto, ele mantém uma visão otimista de longo prazo para o Bitcoin, apoiada pelo avanço institucional e pelo fortalecimento dos ETFs de BTC.

“Geralmente, períodos de correção são uma oportunidade para investidores reequilibrarem suas posições, mas é importante considerar objetivos pessoais, tolerância ao risco e estratégias de diversificação”, ressalta.

Cenário ainda é incerto

Na análise técnica, Ana de Mattos, trader da Ripio, destaca que o Bitcoin está em um movimento de correção, acumulando uma queda de 24% desde que atingiu US$ 107.500 em 10 de novembro. Ela observa que há tentativas de compra para segurar o preço, mas a incerteza ainda é grande. Se a queda se intensificar, ela aponta os níveis de US$ 80.000 e US$ 79.000 como possíveis áreas de liquidez.

Além disso, Ana analisa o Ethereum (ETH), que recentemente viu sua mínima em US$ 2.663. Ela indica que a pressão vendedora deve continuar, com suportes em US$ 2.550 e US$ 2.400, embora haja resistências em US$ 2.870 e US$ 3.260, caso haja reversão.

Suporte decisivo

Danilo Matos, especialista da NovaDAX, ressalta que o Bitcoin passou de um estado de euforia para uma correção intensa em apenas 30 dias. Ele acredita que a reversão nas condições macroeconômicas e a venda intensa por instituições, que gerou saídas recordes de ETFs, contribuíram para essa mudança.

Matos destaca que a faixa entre US$ 82.400 e US$ 80.000 é fundamental: “É o primeiro suporte psicológico e técnico. Se perdermos esse patamar, a queda pode acelerar.” Abaixo disso, ele visualiza um suporte mais forte entre US$ 75.000 e US$ 73.000, onde espera que investidores entrem com mais força.

Com o atual cenário, Matos considera a probabilidade de um teste nesse nível nas próximas semanas como “média-alta”. “Resumindo, é short em BTC até 75k, depois é horas de comprar e observar o que vem a seguir.”

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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