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Golpista finge trabalhar para Trump e rouba R$ 1,3 milhão em criptomoedas

Um golpista na Nigéria conseguiu enganar um doador, se passando por um alto executivo do Comitê Inaugural Trump-Vance e roubando a quantia de US$ 250 mil, o equivalente a cerca de R$ 1,3 milhão em criptomoedas. A fraude aconteceu através de um pequeno erro de digitação em um e-mail, conforme relataram autoridades dos Estados Unidos.

O golpista assumiu a identidade de Steve Witkoff, que é copresidente do referido comitê. Ele enviou uma mensagem com um endereço eletrônico que, à primeira vista, parecia legítimo: “@t47lnaugural.com”. A diferença estava em um detalhe sutil, onde o “i” foi trocado por um “l”, dois caracteres que se parecem bastante entre si. Convencida de que o e-mail era verdadeiro, a vítima transferiu 250.300 USDT.ETH, uma stablecoin vinculada ao dólar e que opera na blockchain do Ethereum, para uma carteira controlada pelo golpista.

Graças ao trabalho do FBI, foi possível rastrear as transações e recuperar 40.300 USDT.ETH do total roubado, que agora está em processo de apreensão civil, visando a restituição da vítima. A empresa Tether, responsável pela USDT, também contribuiu para congelar as criptomoedas roubadas.

Saravanan Pandian, fundador da corretora KoinBX, comentou que esse tipo de golpe é um verdadeiro “campo minado”. Os golpistas costumam se aproveitar de figuras públicas e situações do cotidiano para aplicar seus golpes, agindo de forma oportunista. Ele ressaltou que a crescente aceitação de doações em criptomoedas pelo governo Trump torna esses pedidos muito mais atraentes.

A situação é vista por especialistas como uma combinação de ingenuidade e ação mal-intencionada. Chengyi Ong, da Chainalysis, observou que a aceitação política das criptomoedas aumenta a plausibilidade desses pedidos, mas advertiu que essas fraudes poderiam ocorrer igualmente com dinheiro tradicional, como transferências bancárias.

O efeito da IA

Com o avanço da tecnologia, as fraudes estão se tornando cada vez mais complexas. Ong alertou que a inteligência artificial e os deepfakes podem potencializar ainda mais essas atividades fraudulentas. Segundo ele, uma colaboração entre diferentes setores, incluindo autoridades e empresas de tecnologia, é essencial para enfrentar essa crescente ameaça.

Karan Pujara, da Scam Buzzer, destacou que a situação atual expõe a falta de segurança no mundo das doações em criptomoedas. Ele comparou o golpe de phishing, um dos mais antigos da internet, com as fraudes atuais, enfatizando que muitas pessoas ainda caem nessas armadilhas. Ao invés de invasões tecnológicas sofisticadas, os golpistas manipulam emoções como medo e ganância para enganar as vítimas.

Com a ajuda da IA, a eficiência em replicar golpes aumentou exponencialmente. Agora, bots podem monitorar carteiras de criptomoedas e implementar transações fraudulentas quase em tempo real. Mesmo que muitos coloquem a culpa nas criptomoedas, Pujara lembra que as vulnerabilidades clássicas, como usar URLs suspeitos e domínios falsificados, continuam sendo a base desses crimes.

Esse cenário mostra que fraudes não são exclusividade do meio cripto; elas têm raízes antigas, explorando fraquezas humanas e tecnológicas. A necessidade de conscientização e cuidado na hora de fazer transações, seja no mundo digital ou físico, nunca foi tão importante.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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