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Projeto de NFT que pretendia habitar ilha encerra atividades

O projeto Satoshi Island, que tinha como objetivo criar uma comunidade de investidores em uma ilha por meio de NFTs, anunciou que vai encerrar suas atividades. Após três anos sem progresso significativo, a iniciativa enfrentou a rescisão do contrato. Uma ideia que prometia muito, mas não conseguiu entregar os resultados esperados.

Lançado no contexto de popularização do Bitcoin, o conceito de criar micronações ainda está engatinhando. Embora haja alguns exemplos, como a República Livre de Liberland, que recentemente começou a realizar eleições usando tecnologia blockchain, muitas iniciativas ficaram apenas no papel.

Um novato que não decolou

O Satoshi Island se propôs a desenvolver uma infraestrutura física descentralizada (ou DePIN) com foco em sustentabilidade. A proposta incluía construção modular, uso de energia renovável, espaços para jardins comunitários e até internet via Wi-Fi descentralizada.

Os líderes do projeto estavam animados e afirmaram que a ideia era construir uma comunidade em uma ilha privada em Vanuatu, onde as pessoas poderiam comprar terras usando NFTs — um tipo de propriedade digital. Eles descreviam o local como um “bairro de outro nível” para entusiastas de criptomoedas que valorizam a sustentabilidade e a colaboração.

A ilha, também conhecida como Lataro, tem uma área de 3,22 km² e era detida por um investidor britânico. Contudo, o que se viu nos últimos meses foi a falta de desenvolvimento real. Na última quinta-feira, o projeto sofreu um duro golpe e teve que ser interrompido.

Um comunicado oficial destacou que todos os negócios envolvendo ativos digitais da Satoshi Island, incluindo os NFT Deeds, deveriam ser suspensos. Essa decisão se deu após o descumprimento de cláusulas do contrato que regia a concessão da terra.

Falhas que pesaram no fechamento

As razões para o fracasso foram claras:

  1. Falta de desenvolvimentos significativos nos últimos três anos.

  2. Inadequação financeira para manter a propriedade em condições seguras.

  3. Ausência de iniciativas de geração de empregos ou qualquer proposta que envolvesse a comunidade local.

Por conta desses problemas, qualquer valor que os NFTs tinham anteriormente foi efetivamente anulado.

O desespero dos investidores foi visível. Após a suspensão, os preços dos NFTs, que prometiam terrenos na ilha, despencaram. O valor mínimo caiu de 0,049 ethers (cerca de R$ 700) para apenas 0,0073 ETH (R$ 104), uma redução de aproximadamente 80%.

Na teoria, a proposta dos NFTs soava promissora, deste a possibilidade de cada um garantir uma parte da ilha. Porém, na prática, a ideia ficou aquém do esperado e não avançou.

Assim, o Satoshi Island se torna mais um capítulo nas tentativas de explorar o universo das criptomoedas e micronações, continuando a ensinar lições sobre a importância do planejamento e da execução em projetos tão inovadores.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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