Ethereum remove dados de até 500 GB de sua blockchain
O Ethereum, que ocupa o segundo lugar entre as criptomoedas mais valorizadas, trouxe uma novidade bem interessante. Nesta terça-feira (8), a equipe de desenvolvedores anunciou uma atualização que promete cortar de 300 a 500 GB de dados da blockchain. Isso vai facilitar bastante a vida de quem deseja rodar nós da rede em dispositivos com 2 TB de armazenamento.
Atualmente, a blockchain do Ethereum está em torno de 1,3 TB e cresceu 225 GB apenas no último ano, segundo informações do EtherScan. Para efeito de comparação, um nó de Bitcoin, que foi lançado seis anos antes, tem cerca de 670 GB. Com o acúmulo de dados, a dificuldade de rodar nós pode afastar usuários comuns, o que vai na contramão do que se espera da descentralização dessa rede. Por isso, a decisão de fazer esse corte é importante.
O que muda com a atualização?
A atualização é parte do processo conhecido como EIP-4444, que começou em maio deste ano. Em uma postagem no blog do Ethereum, os desenvolvedores comentaram sobre a necessidade dessa “poda”. Historicamente, a criptomoeda já passou por cortes antes, mas com características diferentes.
“Embora o trabalho para uma expiração total e contínua do histórico ainda esteja em andamento, os usuários já podem esperar uma redução de 300 a 500 GB no espaço em disco necessário para rodar um nó Ethereum ao remover os dados de bloco anteriores ao Merge”, explicaram. Isso significa que, agora, um nó conseguirá funcionar bem em dispositivos de 2 TB.
Os dados que serão excluídos referem-se ao período anterior à atualização The Merge, quando o Ethereum deixou de depender da mineração via placas de vídeo, algo bem significativo para a rede.
Impacto nos dados históricos
É bem importante entender que, mesmo com a exclusão de dados, o histórico de transações é mantido. Os chamados “nós de arquivamento” armazenam essas informações, que são fundamentais para usuários avançados e desenvolvedores, mas não tão úteis para o dia a dia da maioria.
“Esses dados históricos não são consumidos regularmente pelos usuários do Ethereum; eles servem mais a usuários avançados e desenvolvedores”, ressaltaram os criadores no documento. Além disso, contas inativas desde o início da rede continuarão intactas, já que o estado de todas as contas permanece preservado.
Contudo, o saldo de um usuário em um determinado momento do passado pode não ser acessível facilmente. Para isso, seria necessário usar um nó de arquivamento, que possui índices especializados para consultar esses estados passados.
Então, com essa redução no espaço de armazenamento exigido, a manutenção de uma cópia da blockchain se torna mais viável, aumentando a descentralização da rede.
“Os clientes não validam a cadeia completa desde a gênese há mais de 5 anos. A camada de execução continuará fornecendo todos os cabeçalhos, permitindo a verificação criptográfica”, completaram os desenvolvedores.
No final das contas, os usuários que utilizam carteiras leves não precisarão fazer nada. Já quem está à frente de um nó Go-ethereum (Geth), Nethermind, Besu, Erigon ou Reth pode conferir mais detalhes sobre a atualização diretamente no blog do Ethereum.