O governo albanês apresentou uma novidade interessante: um assistente virtual criado com tecnologia de inteligência artificial (IA) chamado Diella. Essa assistente não é apenas uma ajudeira que responde a perguntas. Ela se tornou uma das primeiras figuras políticas de IA do mundo, ajudando os cidadãos a acessar serviços como emissão de carteiras de motorista e pedidos de aposentadoria.
O primeiro-ministro Edi Rama revelou que Diella é a “primeira integrante do gabinete que não está fisicamente presente”. A ideia é que essa IA ajude a manter a Albânia “100% livre de corrupção”, um objetivo bem ambicioso, considerando os escândalos que assolaram o país ao longo dos anos. A função principal da Diella será supervisionar todas as compras governamentais, um setor que tem se mostrado problemático em relação à corrupção.
Diella, cujo nome significa “sol” em albanês, já vinha atuando como assistente no portal e-Albania, facilitando o acesso dos cidadãos a documentos estatais com comandos de voz. Impressionante, não? Até agora, ela emitiu mais de 36.600 documentos digitais e ofereceu quase 1.000 serviços por meio da plataforma, tudo com o intuito de agilizar processos e cortar a burocracia.
Embora as intenções sejam boas, há algumas perguntas que ainda precisam ser respondidas. Por exemplo, quem será responsável se Diella cometer um erro? E que tipo de supervisão humana existe para garantir que tudo funcione bem e para evitar manipulações da IA?
Bots de IA estão entrando nos governos
Esse avanço da IA no governo albanês marca um momento histórico. No mês de maio, a Ucrânia também se destacou ao lançar “Victoria Shi”, uma porta-voz digital criada por IA para fornecer atualizações sobre assuntos de relações exteriores. Isso mostra que a tecnologia está começando a assumir funções que antes eram exclusivas de seres humanos.
No entanto, enquanto a Albânia parece estar adotando a IA de braços abertos, a aceitação das criptomoedas ainda é um pouco lenta. O país lançou um regulamento sobre cripto em 2020, um dos mais abrangentes da Europa na época. Apesar disso, o Banco da Albânia tem alertado sobre os riscos associados ao comércio de criptomoedas, o que acabou desacelerando a adoção.
Albânia assolada pela corrupção há décadas
A corrupção é um problema persistente na Albânia, um país que, apesar de tranquilo, tem sido um lugar de atividades de crime organizado. Alguns funcionários públicos foram acusados de se beneficiar de contratos suspeitos. Recentemente, o prefeito de Tirana e um ex-presidente enfrentaram acusações de corrupção. Além disso, um ex-ministro do Meio Ambiente foi condenado a mais de seis anos de prisão por aceitar propina em um projeto de construção.
Esses problemas com a corrupção estão fazendo com que a Albânia tenha dificuldades em entrar na União Europeia, apesar de ter se tornado um país candidato em 2014. O primeiro-ministro Rama ainda mantém a esperança de que seu país se junte à UE até 2030.
