A proposta Alpenglow, da Solana, promete dar um grande salto na eficiência das transações na blockchain, reduzindo o tempo de finalização para apenas 150 milissegundos. E a resposta da comunidade está sendo super positiva: mais de 99% dos votos até agora foram a favor da mudança. Com só dois dias restantes para a votação, a expectativa é alta.
Revelada em maio pela Anza, uma empresa que surge a partir da Solana Labs, essa atualização é vista como a maior mudança já feita no protocolo da Solana. Ela busca uma redução impressionante — de atuais 12,8 segundos para 150 milissegundos. Isso é quase 100 vezes mais rápido e poderia colocar a Solana em pé de igualdade com as velocidades da infraestrutura da internet que conhecemos hoje.
O processo de governança da proposta começou em 21 de agosto, e com mais de 99,6% dos votos dizendo “sim” até agora, a aprovação parece cada vez mais certa, já que o quórum mínimo de 33% de participação foi alcançado. O resultado definitivo da votação acontecerá no final do epoch 842, programado para terça-feira às 13h UTC.
Uma implementação bem-sucedida do Alpenglow pode realmente solidificar a Solana como uma das blockchains de camada 1 mais rápidas disponíveis, superando até mesmo a Sui, que atualmente finaliza transações em cerca de 400 milissegundos. Para se ter uma ideia, as buscas no Google levam cerca de 200 milissegundos para retornar resultados. Essa velocidade é uma das principais razões pelas quais blockchains de camada 1 tentam competir com gigantes como o Bitcoin e a Ethereum — esta última finaliza transações em até 12 ou 13 segundos, mas pode levar até 12 minutos para realmente serem confirmadas.
Os pesquisadores da Anza, como Quentin Kniep, Kobi Sliwinski e Roger Wattenhofer, destacam que o Alpenglow poderia ampliar bastante o uso da Solana, que vai além de transações financeiras, negociações e jogos. Um tempo de resposta médio de 150 milissegundos não apenas tornaria a Solana rápida, mas a colocaria em posição de competir com a infraestrutura da Web2, permitindo a criação de novas aplicações que exigem desempenho em tempo real.
O que é Alpenglow? Votor e Rotor, os grandes protagonistas!
Dentre os principais componentes do Alpenglow, temos o Votor, que vai processar transações de votação e definir como os blocos são finalizados. Se 80% do stake participar, ele pretende finalizar blocos em uma única rodada. Se a participação ficar em 60%, isso levará duas rodadas. O Votor vai substituir o antigo TowerBFT, trazendo mais agilidade e eficiência.
O segundo elemento importante é o Rotor, um novo protocolo que vai substituir o sistema atual de marcação de tempo, conhecido como proof-of-history. O Rotor tem como objetivo diminuir o tempo necessário para que todos os nós da rede cheguem a um consenso sobre o estado atual do sistema, aumentando a velocidade na comunicação entre eles.
Limitações da Alpenglow: o que ainda falta resolver
É importante destacar que, mesmo com o Alpenglow, a Solana não estará totalmente protegida contra as quedas de rede que já sofreu no passado. De acordo com o white paper do projeto, a migração para esse novo protocolo não vai resolver todos esses problemas de segurança.
Atualmente, a Solana conta com apenas um cliente de produção, o Agave. Isso significa que se houver alguma vulnerabilidade nesse sistema, toda a rede da Solana pode ser afetada. Contudo, boas notícias estão a caminho! Um novo cliente de validador, chamado Firedancer, deve ser lançado ainda este ano, trazendo mais diversidade e robustez à rede.
