O BTC vai subir em agosto? A performance do Bitcoin em julho sugere que estamos em uma fase vibrante do ciclo de alta. O último mês trouxe avanços regulatórios significativos e um aumento na participação de fundos institucionais no mercado de criptomoedas.
Com a aprovação do GENIUS Act, as stablecoins passaram a operar sob novas regras nos EUA. Isso ajudou o Bitcoin a alcançar recordes históricos, impulsionando também outras criptomoedas. O cenário macroeconômico global é uma mistura de sinais de estabilidade com algumas pressões, como a economia chinesa perdendo tração e os EUA lidando com um novo pacote de estímulos fiscais.
Nesse ambiente, o mercado cripto encontrou a força necessária para avançar, mesmo que haja incertezas a serem consideradas. Conversamos com Ana de Mattos, analista técnica e trader da Ripio, sobre as tendências do mercado e suas expectativas para o preço do Bitcoin neste mês.
Mercado cripto avança
Ana observa que o Bitcoin manteve uma trajetória positiva ao longo de julho. A mínima do mês foi de cerca de US$ 105.100, enquanto a máxima alcançou US$ 123.218, representando uma valorização impressionante de 17,23%. Esse novo pico foi impulsionado por uma busca por proteção contra a inflação, maior interesse institucional e um otimismo com a nova regulamentação.
Porém, após atingirem novos máximos, as criptomoedas sinalizam uma possível desaceleração. O preço elevado do Bitcoin traz riscos associados à realização de lucros, o que pode causar volatilidade no curto prazo.
No dia 18 de julho, o ex-presidente Donald Trump sancionou o GENIUS Act, estabelecendo o primeiro marco regulatório federal dos EUA para as stablecoins, aquelas criptomoedas que são lastreadas por ativos como o dólar. Isso trouxe um ar de otimismo para o mercado.
Lei das stablecoins nos EUA
Essa nova legislação exige que todas as stablecoins sejam totalmente lastreadas por ativos líquidos e sua composição precisa ser divulgada mensalmente. O principal objetivo aqui é aumentar a transparência e garantir a legitimidade no uso dessas moedas digitais.
Após a aprovação, o Ethereum, por exemplo, subiu para US$ 3.941, o que não acontecia desde dezembro de 2024. Essa movimentação também elevou a capitalização do setor para mais de US$ 4 trilhões, refletindo as expectativas de novos investimentos institucionais.
ETFs cripto consolidam posição
Na análise de ETFs (fundos negociáveis em bolsa), Ana explica que, mesmo com avanços, a regulamentação ainda enfrenta desafios políticos. Por exemplo, a SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) adiou a decisão sobre vários ETFs de cripto, levantando inseguranças sobre os critérios de aprovação.
Essa situação mantêm os investidores cautelosos, enquanto eles aguardam definições claras da regulamentação. A SEC, entretanto, fez um movimento positivo ao aprovar o modelo de in-kind redemptions para ETFs de Bitcoin e Ethereum, permitindo que os investidores resgatem suas cotas diretamente nas criptomoedas, o que deve tornar esses produtos mais atraentes.
Topo histórico do BTC
Esse avanço na regulamentação se alinha com o rompimento de topos históricos no BTC, sustentado por um fluxo robusto em ETFs. À medida que produtos regulados vão se solidificando, a tendência é que a volatilidade do Bitcoin seja suavizada pela atuação de investidores estratégicos.
A postura de Trump em favor das criptos e as novas iniciativas de tokenização estão reforçando a ideia de que ativos digitais estão se integrando à economia tradicional.
Cenário macroeconômico e impacto em cripto
No cenário macroeconômico, as criptos estão se destacando, mesmo com alguns desafios. O FMI, por exemplo, revisou para cima as previsões de crescimento global, mas alertou sobre as tarifas comerciais que podem afetar a economia.
Embora o Bitcoin tenha mostrado resiliência em tempos de incerteza, a situação permanece complexa. O Federal Reserve dos EUA mantém as taxas de juros estáveis, mas o foco agora é o simpósio de Jackson Hole, onde possíveis mudanças na política monetária serão discutidas.
Pacote fiscal de Trump
Na Europa, o BCE decidiu manter os juros, enquanto a China enfrenta desafios com seu baixo crescimento. O novo pacote fiscal de Trump, que combina cortes de impostos e aumento em gastos públicos, alivia o risco de um shutdown, mas levanta preocupações sobre a dívida do país.
Todos esses fatores criam um pano de fundo cauteloso para os investidores, que continuam atentos tanto ao cenário geopolítico quanto ao calendário econômico.
BTC vai subir? Projeções para agosto
Chegando a agosto, a analista Ana destaca que a atmosfera é de cautela. Apesar do cenário positivo, a alta dos preços implica riscos de correções e volatilidade. Com o Bitcoin testando níveis históricos, o mercado pode estar buscando uma fase de consolidação.
É fundamental considerar diferentes cenários: se o fluxo de capital continuar e novos produtos regulados forem lançados, o Bitcoin pode renovar suas máximas. Os alvos de resistência estão em US$ 123.200 e US$ 130.000. Caso contrário, um aumento de tensões ou frustrações na aprovação de ETFs pode pressionar o preço em direções negativas.
Para os investidores mais cautelosos, é importante manter posições sólidas e evitar decisões impulsivas. O mercado é sempre volátil e pode apresentar oportunidades de acumulação quando menos se espera.
