Arthur Hayes prevê alta de longo prazo para o Bitcoin
O mercado de Bitcoin está passando por um momento que promete ser de alta estrutural, e segundo Arthur Hayes, ex-CEO da BitMEX, isso pode durar até o fim da década. Em uma conversa no canal Coin Bureau, ele destacou que essa fase de alta de longo prazo no preço do Bitcoin está atrelada à expansão do crédito e à impressão de dinheiro pelos bancos centrais, e não aos ciclos tradicionais de halving.
Desde a crise financeira de 2008, a trajetória do Bitcoin reflete o aumento da liquidez global. Hayes observou que o preço do BTC reage diretamente ao volume de dinheiro fiduciário criado pelos bancos. Ele lembrou que, depois do colapso de 2009, os pacotes de estímulo dos EUA e da China ajudaram a sustentar um crescimento com poucos percalços.
O atual ciclo de alta é impulsionado pelas ações de Janet Yellen, ex-secretária do Tesouro dos EUA, que reduziu a liquidez ao emitir dívida de curto prazo enquanto o Fed tentava controlar a inflação. Isso retirou cerca de US$ 2,5 trilhões do mercado, criando um novo cenário financeiro.
Agora, Hayes acredita que as injeções de estímulo monetário são inevitáveis. Para ele, os bancos centrais vão precisar imprimir mais dinheiro, o que será um fenômeno global. Ele sugere que o ciclo de quatro anos que normalmente guia o Bitcoin, baseado no halving, está perdendo relevância, principalmente porque o impacto da redução das recompensas de mineração está diminuindo. Hayes prevê que este ciclo se estenderá até 2027 ou 2028, impulsionado por novas injeções de liquidez.
Em uma projeção ousada, ele acredita que o Bitcoin pode alcançar US$ 999.999 até 2027, estabelecendo o que ele chamou de “teto explosivo” dessa fase de alta.
Visões Divergentes sobre o Bitcoin
Entretanto, nem todos compartilham do otimismo de Hayes. Henrik Zeberg, economista-chefe da SwissBlock, tem uma visão contrária. Ele avisa que o Bitcoin não é o “porto seguro” que muitos acreditam, mas um ativo de alto risco que está fortemente vinculado aos mercados de ações. Para ele, isso pode levar a quedas severas no futuro.
Zeberg descreve o atual cenário dos mercados como a maior bolha da história, contestando a ideia do Bitcoin como uma reserva de valor. Ele classifica a criptomoeda como um ativo especulativo que, segundo ele, só superaria o Nasdaq após uma eventual “explosão”.
E mesmo com o crescimento da oferta monetária, ele menciona que ativos de risco estão suscetíveis a grandes correções, como vimos durante a bolha da internet, quando o Nasdaq despencou 85%.
Enquanto Hayes vê a expansão global de liquidez como um motor de alta para o Bitcoin, Zeberg argumenta que isso não impede colapsos históricos. Para ele, o Bitcoin pode acabar enfrentando o mesmo destino de outros ativos supervalorizados.





