Hoje, o cenário do setor de criptomoedas passou por mudanças significativas. O poder, que antes estava nas mãos de grandes exchanges e reguladores, agora se concentra em cinco alavancas principais. Essas alavancas são fundamentais para moldar as finanças on-chain e o controle no espaço cripto: stablecoins, ETFs, upgrades na camada base, segurança do blockspace e execução de alta capacidade.
Nos últimos tempos, percebemos uma nova dinâmica emergindo. A influência não se limita mais a um embate entre as exchanges e normas governamentais, mas se diversificou. As stablecoins, como o famoso USDT, estão ajudando a acelerar as liquidações em dólares. Já os ETFs, especialmente os de Bitcoin, estão atraindo grandes volumes de investimento. Por exemplo, o ETF IBIT, da BlackRock, já tem cerca de US$ 85 bilhões sob sua gestão.
No lado mais técnico, inovações como a atualização Pectra da Ethereum e o projeto Firedancer da Solana prometem transformar a experiência do usuário nas redes blockchain. Espera-se que esses projetos tragam mais novidades nos próximos meses, impactando diretamente a forma como interagimos com as criptomoedas.
1. Larry Fink (BlackRock)
A BlackRock tem se consolidado como um gigante nesse novo cenário, controlando o maior ETF de Bitcoin spot e um fundo tokenizado que é referência no mercado. O IBIT lidera em ativos, enquanto o BUIDL transforma títulos do Tesouro em produtos acessíveis a investidores qualificados, permitindo um acesso não limitado a apenas uma blockchain.
O que vem em seguida para Larry Fink? A BlackRock está avaliando expandir sua linha de ETFs cripto além de Bitcoin e Ethereum, em resposta à crescente demanda.
Poder na prática
– **IBIT**: em agosto de 2025, alcançou **US$ 85,4 bilhões** em ativos, sendo a principal porta de entrada do capital tradicional no universo cripto.
– **BUIDL**: superou **US$ 1 bilhão** em ativos no início de 2025, expandindo sua oferta a mais blockchains.
2. Paolo Ardoino (Tether)
O USDt da Tether se tornou o “dólar digital” da indústria cripto, movimentando as principais exchanges e facilitando pagamentos internacionais. Isso conferiu a Paolo Ardoino uma influência substancial sobre a liquidez em dólares. Além disso, ele investe em infraestrutura, como mineração de Bitcoin e energia, posicionando a Tether como um player essencial nesse mercado.
Poder na prática
– **Capitalização de mercado do USDT**: **US$ 167 bilhões** em agosto de 2025, sendo a maior entre as criptomoedas em termos de liquidez em dólar.
– **Novos projetos**: a Tether está construindo data centers de mineração, inclusive um projeto inovador de biogás no Brasil.
3. Vitalik Buterin (Ethereum)
Com a atualização Pectra, Vitalik Buterin trouxe mudanças que facilitam o uso de contas na rede Ethereum, permitindo que contas externas funcionem como contratos inteligentes. Isso impacta diretamente a experiência do usuário nas carteiras e nas camadas de segunda linha.
Poder na prática
– **EIP-7702**: permite novas funcionalidades, aumentando a fluidez nas transações.
– **Alterações no staking**: o saldo máximo por validador mudou, facilitando a operação na rede.
4. Anatoly Yakovenko (Solana)
O sucesso da Solana se deve à sua capacidade de processamento rápido e baixas taxas, atraindo aplicativos voltados ao consumidor. Yakovenko está à frente do Firedancer, um projeto que promete aumentar ainda mais a capacidade da rede.
Poder na prática
– **Firedancer**: em 2025, os testes avançaram consideravelmente, mostrando resultados promissores de performance.
– **Stablecoins**: houve um aumento significativo na utilização de stablecoins dentro da rede.
5. Sreeram Kannan (EigenLayer)
O EigenLayer inverteu a lógica do staking ao transformá-lo em um mercado de segurança, permitindo que serviços validadores aluguem a confiança da Ethereum. Com isso, Kannan está coordenando uma camada emergente de serviços cada vez mais dependentes.
Poder na prática
– **Implementação do slashing**: já é possível penalizar comportamentos inadequados, aumentando a segurança da rede.
– **Verificação multichain**: permite a execução de serviços em diferentes camadas, ampliando a escalabilidade.
Forças cruzadas: Por que não reguladores ou CEOs de exchanges?
É claro que ainda existem papéis importantes para reguladores e líderes de exchanges. No entanto, as alavancas de 2025 estão se aprimorando e se concentrando em novos atores, como as empresas que controlam stablecoins e ETFs.
Os futuros perpetuativos demonstram como esses novos influenciadores estão moldando a direção do mercado. Com a regra do gênero de stablecoins sendo aplicada, espera-se uma fiscalização maior, mesmo com a demanda crescente por esses ativos financeiros.
O que observar a seguir
– **Tokenização em ascensão**.
– **Mudanças na infraestrutura de stablecoins**.
– **Desenvolvimentos na Ethereum pós-Pectra**.
– **Lançamento do Firedancer** e suas implicações na Solana.
– **Avanços nas estruturas de risco do EigenLayer**.
Essas direções de desenvolvimento vão influenciar bastante o futuro das criptomoedas e da economia digital como um todo.
