Os ativos digitais estão se mostrando uma alternativa interessante para o futuro do comércio internacional. Essa análise é do economista Gustavo Franco, que foi presidente do Banco Central. Ele compartilhou suas ideias em um evento em São Paulo, destacando que, em sua opinião, a criação de uma nova moeda ou a substituição do dólar pelo yuan não são as melhores soluções.
Franco comentou sobre a recente desvalorização do dólar, que já caiu 14% neste ano. A pergunta que surgiu foi se esse cenário poderia abrir espaço para uma nova moeda no comércio internacional, como o renminbi, que é a moeda oficial da China, ou uma moeda dos Brics. Mas ele foi enfático: as coisas estão bem longe de mudar. Para ele, não se trata apenas de ter uma moeda nova, mas também de toda uma jurisdição, um sistema de pagamentos que funcione de maneira eficaz.
Durante a sua explicação, mostraremos um pouco do seu raciocínio: você conseguiria convencer um exportador brasileiro a receber pagamentos em renminbi e deixar seu dinheiro investido na China? Para Franco, isso é um grande desafio.
Ele acredita que, por enquanto, a dominância do dólar não está ameaçada. No entanto, ele vê valor na exploração de novas formas de pagamento – especialmente as digitais. “Alternativas digitais são mais interessantes e não precisam estar ligadas à China ou aos Brics”, afirma.
Por outro lado, o ex-presidente do Banco Central alerta que este cenário não é para agora. Muitas barreiras nos regulamentos ainda precisam ser enfrentadas antes que os pagamentos internacionais com ativos digitais se tornem comuns. “Essa mudança está a uma boa distância”, ressalta.
Franco também abordou a alta de 40% do ouro neste ano, sugerindo que isso é uma resposta a um cenário monetário e fiscal complexo e incerto. Segundo ele, tanto o ouro quanto os ativos digitais têm atraído o interesse das pessoas em busca de alternativas ao dinheiro tradicional.
Essas reflexões sobre o futuro do comércio e das finanças trazem à tona a importância de manter um olhar atento sobre as possibilidades que os ativos digitais oferecem. No dia a dia, isso pode impactar diretamente como fazemos negócios e investimos nossos recursos.
