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Avanços da IA no Brasil: o que esperar para o futuro

Esta semana, a Clarice.ai, uma startup brasileira, anunciou que conseguiu captar R$ 2,5 milhões para aprimorar seu chatbot. O projeto, que homenageia a escritora Clarice Lispector e é focado no português brasileiro, promete oferecer uma experiência mais rica e autêntica para os usuários.

Na mesma linha de inovação, a Universidade Federal Fluminense (UFF) deu um passo importante no campo da saúde com o lançamento do ChestFinder. Essa ferramenta de inteligência artificial foi criada para facilitar a identificação de doenças como enfisema pulmonar e câncer de pulmão em exames de tomografia computadorizada.

O investimento na Clarice.ai ocorreu durante uma rodada pre-seed e teve a participação de fundos como Raio Capital e Veredas Capital, além de apoio do programa PIPE Invest da Fapesp. Felipe Iszlaji, CEO da startup, comentou que muitos chatbots conhecidos, como o CharGPR e o Gemini, foram desenvolvidos em inglês antes de serem adaptados para o português. Isso pode gerar erros na compreensão e resposta. “Nosso foco é criar uma IA que compreenda as nuances e o estilo da escrita em português”, da sua visão, esse é um diferencial importante.

Lançada em 2020, a Clarice.ai já conquistou mais de 500 mil usuários e gerou mais de R$ 1 milhão em receita apenas no último ano. Grande parte desses usuários consiste em escritores, jornalistas e criadores de conteúdo, que pagam entre R$ 22,45 e R$ 99,90 por mês ou anualmente.

### Inovação na Saúde: ChestFinder

A nova ferramenta da UFF, ChestFinder, utiliza um banco de dados com imagens e laudos de pacientes para identificar padrões que podem indicar doenças. O projeto teve início há cerca de dois anos no Hospital Universitário Antônio Pedro, em Niterói. Os primeiros resultados são promissores, com a ferramenta mostrando acurácia e sensibilidade significativas.

Vale lembrar que o ChestFinder não fornece um diagnóstico definitivo, mas pode indicar a necessidade de avaliação médica mais aprofundada. O professor Daniel de Oliveira, do Instituto de Computação da UFF, destacou que essa indicação prévia pode agilizar o encaminhamento para cuidados especializados, facilitando diagnósticos precoces.

### Acessibilidade e Comparação de Resultados

Outro ponto interessante é que o ChestFinder será disponibilizado em um repositório público. Isso permitirá que outros hospitais que já digitalizam seus laudos e exames possam utilizá-lo. A ferramenta também possibilita que médicos comparem resultados semelhantes para tomar decisões mais informadas, levando em conta o contexto clínico do paciente.

A professora Cristina Asvolins, do Departamento de Radiologia da UFF, ressaltou ainda que a inteligência artificial pode apontar indícios de doenças, mesmo quando esse não é o foco principal do exame. “Em serviços de emergência, por exemplo, um exame de tomografia pode revelar achados como enfisema ou nódulos suspeitos que não eram o objetivo inicial,” explicou.

### Importância do Diagnóstico Precoce

Cristina também mencionou que a IA pode ajudar a reduzir o tempo de espera para diagnósticos e os custos associados, considerando que tanto o enfisema quanto o câncer precisam de menos intervenções se forem detectados precocemente. O vício em tabaco, uma questão de saúde pública significativa, é um fator que torna essa agilidade ainda mais crucial. Detectar um câncer de pulmão em fase inicial, por exemplo, não só beneficia o paciente, mas também otimiza a rede de saúde, seja pública ou privada.

Isso mostra que o avanço da inteligência artificial pode ser um grande aliado na busca por diagnósticos mais rápidos e precisos, tanto na área da saúde quanto em outras esferas da vida cotidiana.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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