Uma baleia de Bitcoin de longo prazo deu as caras na última quinta-feira (11) e movimentou parte do seu estoque de US$ 50 milhões em BTC, depois de quase 13 anos sem fazer nada. Essa baleia, que é uma espécie de investidor que detém grandes quantidades de criptomoeda, comprou em 2012 um total de 444,81 BTC por pouco mais de US$ 12 cada, de acordo com os dados da blockchain.
Recentemente, ela transferiu 137,03 BTC, que valem quase US$ 16 milhões. Esse movimento acontece em um momento em que outros grandes investidores também estão fazendo o mesmo, realizando lucros de parte dos seus ativos. Um exemplo marcante ocorreu em julho, quando uma baleia vendeu mais de 80.000 BTC, avaliados em mais de US$ 9 bilhões na época, após mantê-los por 14 anos.
O pessoal que entende desse assunto costuma definir uma baleia como qualquer investidor que possua pelo menos 1.000 BTC, ou seja, hoje o equivalente a US$ 116,2 milhões. Mas, para alguns analistas, o termo se aplica a qualquer grande detentor de criptomoedas.
Movimento não é aleatório
Doug Colkitt, que é um dos primeiros colaboradores da blockchain chamada Fogo e também CEO da Crocodile Labs, comentou que quando uma carteira permanece inativa por tanto tempo e, de repente, começa a movimentar, isso não acontece por acaso. “As primeiras baleias do mercado são bastante espertas. Elas não mexem nas suas moedas sem perceber uma oportunidade ou um risco”, disse ele.
Ele ainda acrescentou que esses grandes detentores que ficaram inativos por tanto tempo nos lembram que o Bitcoin é algo relativamente novo no mundo das finanças. Muitos dos maiores saldos estão nas mãos de quem foi pioneiro no uso dessa moeda e que, na maioria das vezes, nem as tocam.
Jeff Dorman, CIO da Arca, uma gestora de ativos focada em cripto, também compartilhou sua visão sobre esse movimento. Ele acredita que alguns desses investidores de longo prazo podem estar acordando porque foram convidados a contribuir com ativos para novos fundos de criptomoedas. Isso tem tudo a ver com empresas como a Strategy, anteriormente conhecida como MicroStrategy, que levantaram bilhões de dólares para comprar Bitcoin, Ethereum e outras criptos.
Apesar de analistas do JP Morgan comentarem que os investidores podem estar perdendo o entusiasmo em relação a essa tendência, várias dessas empresas seguindo essa estratégia têm visto suas ações subirem bastante.
Quando essas baleias acordam, pode gerar uma pressão vendedora. Isso porque os investidores ficam apprehensos, imaginando que elas possam liquidar seus ativos. Colkitt fez um comentário interessante sobre isso: “Movimentos de baleias despertam um certo medo no mercado. Os traders tentam se antecipar a uma possível onda de vendas”. A ironia é que muitas dessas transferências de BTC acabam não indo para as corretoras, mas esse receio já é suficiente para balançar o mercado.
De acordo com informações da CoinGecko, na manhã seguinte (12), o Bitcoin estava sendo negociado em US$ 115.113, com uma alta de aproximadamente 0,7% nas últimas 24 horas e 2,6% na semana. Apesar de ainda estar um pouco abaixo da máxima histórica de mais de US$ 124 mil, que foi registrada no mês passado, o sentimento entre os investidores continua sendo de otimismo em relação ao futuro da criptomoeda.
