Notícias

Baleia movimenta R$ 6,9 bilhões em Bitcoin e levanta alerta sobre carteiras

Uma grande movimentação no mundo das criptomoedas chamou a atenção recentemente. Uma baleia, como são chamados os grandes investidores, fez três transações de Bitcoin na terça-feira, totalizando cerca de R$ 6,9 bilhões. O interessante é que essas moedas estavam paradas há anos, o que levanta a pergunta: o que motivou essa ação?

Essas movimentações não são novidades. Um caso semelhante ocorreu quando 80 mil bitcoins, que estavam inativos desde 2011, foram transferidos para novas carteiras no início do mês. Isso faz o mercado ficar atento, e muitos começam a especular sobre o que pode estar por trás dessas mudanças.

Uma parte da comunidade sugere que pode haver vulnerabilidades em versões antigas do Bitcoin, que poderiam estar permitindo a movimentação dessas carteiras. Outros acreditam que mensagens enviadas para essas carteras poderiam dar algumas pistas sobre o que está acontecendo.

Baleia move mais de 10 mil bitcoins parados há 5 anos

O pessoal da análise de dados Lookonchain notou essa movimentação inusitada na madrugada de quarta-feira. Eles apontaram que as três transações aparentemente vieram do mesmo investidor.

Um dos trechos mais relevantes disse: “Três carteiras (provavelmente pertencentes à mesma baleia) acabaram de transferir 10.606 BTC (cerca de R$ 6,9 bilhões) após ficarem dormentes por 3 a 5 anos.” Em dezembro de 2020, essas carteiras receberam os bitcoins quando o preço era de US$ 18.807.

No momento, essas carteiras ainda mantém 1 BTC cada, como se fossem uma lembrança do investidor que decidiu ressuscitar essas moedas.

Brasileiro afirma que bitcoins antigos estão vulneráveis

Um brasileiro levantou um ponto interessante no X, anteriormente conhecido como Twitter. Ele alegou que algumas versões antigas do Bitcoin Core tinham uma baixa entropia, o que poderia tornar várias carteiras, que têm milhões de BTC, vulneráveis a ataques.

Ele ainda comentou que “a entropia do nonce vinha direto do sistema operacional” e que, em alguns casos, o mesmo nonce poderia ser reutilizado em assinaturas diferentes. Isso gera uma onda de preocupações sobre essas carteiras antigas.

Cypherpunk brasileiro coloca fim em rumores de vulnerabilidade

Respondendo a essas teorias, Narcélio Filho, um conhecido especialista em Bitcoin, disse que não há evidências de bugs nos sistemas atuais. Ele esclareceu: “O Bitcoin continua o mesmo de sempre.”

Ele reforçou que, se um nonce for reutilizado, pode permitir uma exploração do algoritmo, mas isso é algo que sempre foi tratado com seriedade nas boas carteiras. Segundo ele, a responsabilidade por problemas de segurança recai sobre os desenvolvedores das carteiras, não sobre o protocolo Bitcoin em si.

Narcélio também explicou que programadores seguros sempre tomam cuidado com a entropia usada na criptografia. Se uma chave privada é gerada de forma inadequada, a culpa não é do Bitcoin, mas da forma como a carteira foi criada.

Se um desenvolvedor utiliza bibliotecas ruins ou descuida das melhores práticas, o resultado pode ser uma carteira vulnerável. E, se a chave gerada for fraca, os bitcoins podem ser facilmente roubados. Ele citou casos do passado, como o da Blockchain.info, que sofreu problemas por causa de uma aleatoriedade fraca em dispositivos Android.

Por fim, os especialistas, incluindo outro Cypherpunk chamado João Dias, também enfatizaram que a reutilização do nonce é um problema conhecido e que carteiras sérias não cometem esses erros.

Voltando ao assunto das baleias, embora a ideia de que carteiras antigas possam ser hackeadas seja empolgante, na prática, é pouco provável. Movimentações de grandes quantidades de BTC geralmente estão ligadas a processos legítimos, como reorganizações internas de fundos ou movimentações de exchanges.

Essas movimentações, mesmo que pareçam misteriosas inicialmente, têm rastreabilidade e, na maioria das vezes, não são indicativas de exploração.

Portanto, embora algumas vulnerabilidades possam ser uma possibilidade teórica em casos isolados, atualmente, são extremamente difíceis de acontecer. E, até agora, não foram encontradas falhas que comprometam o Bitcoin como um protocolo seguro.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo