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Baleias movimentam bilhões em Bitcoin para ETFs, complicando análise

A SEC, que é a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, fez uma mudança bem significativa no final de julho. Agora, os ETFs de Bitcoin podem operar com depósitos e saques “in-kind”, ou seja, em espécie. Isso quer dizer que, ao invés de comprar bitcoins, um investidor pode simplesmente enviá-los para uma gestora e receber os investimentos de volta da mesma forma.

Robbie Mitchnick, que comanda a área de ativos digitais da BlackRock, comentou em uma entrevista que já foram processados mais de US$ 3 bilhões com esse tipo de transferência. Isso demonstra como essa abordagem pode ser atraente para quem busca um modo mais prático e seguro de lidar com suas moedas digitais, principalmente para quem quer exposição ao valor do Bitcoin sem complicações.

ETFs e a nova dinâmica de conversão

Com essa nova possibilidade, não são só compras que estão acontecendo. Alguns investidores estão convertendo seus Bitcoins em ETFs, como o IBIT da BlackRock. Isso traz uma nova camada de complexidade para a análise de fluxos financeiros. Por exemplo, quando se registra uma entrada de US$ 100 milhões, não necessariamente isso significa uma compra; pode ser apenas um depósito de cerca de 891 bitcoins feito por um investidor robusto, conhecido como “baleia”.

Esse cenário é considerado uma vantagem para investidores que têm outras aplicações sob a orientação de consultores e bancos. Teddy Fusaro, presidente da Bitwise, corroborou essa visão, explicando que ao mover um montante significativo, como US$ 5 milhões em bitcoin para um ETF, o investidor pode se qualificar para um nível superior de serviços na plataforma de gestão de patrimônio.

E o mesmo princípio vale quando se trata de saídas. É possível que alguém queira ter seus bitcoins disponíveis para negociação durante o final de semana ou fora do horário comercial, especialmente em momentos de volatilidade no mercado. A nova regra da SEC facilita essa flexibilidade.

Saídas em ETFs e o cenário atual

Recentemente, dados do SoSoValue mostraram que os ETFs americanos enfrentaram saídas de US$ 1,23 bilhão na última semana. Isso ocorreu em um período em que o sentimento do mercado estava carregado de medo extremo.

As gestoras estão operando diretamente com Bitcoins em depósitos e saídas, tornando mais difícil a interpretação simples desses dados como compra ou venda. No entanto, uma tendência crescente é evidente: muitos investidores preferem manter seus bitcoins imóveis. Apesar de algumas saídas eventuais, as reservas têm aumentado desde o lançamento desses fundos.

Uma pesquisa aponta que os ETFs já possuem aproximadamente 1,35 milhão de bitcoins sob sua gestão. Isso mostra que, mesmo diante de oscilações de mercado, o interesse e a confiança em manter essas moedas continuam em alta. Afinal, quem trabalha com ETFs agora tem essa nova capacidade de manobrar seus ativos de forma mais ágil e dinâmica.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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