Banco Central apresenta duplicata escritural para tokenização
O Banco Central do Brasil está trazendo uma novidade que pode transformar a forma como lidamos com crédito no país. Recentemente, foi anunciada a duplicata escritural, um sistema que vai digitalizar os títulos de crédito, começando pela duplicata. Esse tipo de título é bastante relevante, movimentando bilhões de reais anualmente e desempenhando um papel central no ecossistema de crédito comercial.
O sistema promete não apenas modernizar o mercado, mas também impactar a tokenização de recebíveis, mudando como esses ativos são processados e negociados. Segundo Ricardo Vieira, que comanda a regulação no BC, isso deve resultar na redução de taxas e na ampliação do acesso ao crédito. É impressionante, mas esse mercado já negocia mais de R$ 10 trilhões por ano!
Benefícios da Duplicata Escriturada
Uma das grandes vantagens da duplicata escritural é a garantia robusta e confiável que ela traz. Vieira destaca que esse sistema oferece maior governança, padronização e segurança, o que pode ajudar muitas empresas que antes enfrentavam dificuldades para se formalizar devido à falta de estrutura nos seus recebíveis.
Em uma conversa com César Kobayashi, Superintendente de Tokenização e Ativos Digitais da Núclea, ficou claro que a entrada desse novo sistema pode gerar, de forma conservadora, mais de R$ 20 bilhões em novos ativos tokenizados. Essa inovação não só promete um mercado mais transparente e seguro como pode reduzir fraudes e inadimplência.
A Transformação Digital no Crédito
Kobayashi explica que a criação desse ambiente digital torna ativos de crédito que antes eram caros e complicados para tokenização agora automáticos e eficientes. Isso abre as portas para o surgimento de mercados secundários e novos produtos financeiros digitais, acelerando a inovação e ampliando o acesso.
Um aspecto empolgante é a ampliação do acesso de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) a uma gama mais diversificada de investidores. A regulamentação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) já havia sinalizado esse caminho, mas a tecnologia blockchain deve fornecer ainda mais robustez.
O Que Esperar do Futuro?
O mercado de FIDCs já movimenta cerca de R$ 300 a R$ 400 bilhões. Com a digitalização e a tokenização, espera-se que esse novo segmento se torne ainda mais líquido e acessível, sinalizando uma revolução silenciosa no crédito privado brasileiro.
A Núclea, envolvida nesse processo, já lançou a Núclea Chain, onde já tokenizou mais de R$ 300 milhões em duplicatas – isso representa mais de 32 mil ativos! O Banco Central está atualmente em fase de testes e o lançamento está previsto para ocorrer de maneira gradual entre novembro de 2025 e março de 2026, com a adesão dos bancos e outros participantes do sistema financeiro sendo voluntária.
No início, o sacador só poderá emitir duplicatas para sacados que já estejam cadastrados no sistema. Assim, será possível garantir que eles recebam as notificações de forma adequada. Durante essa fase, cada sacado terá uma interface onde poderá visualizar as duplicatas em seu nome e os métodos de pagamento disponíveis.
Importante ressaltar: a obrigatoriedade recairá apenas sobre os bancos. Pequenos emissores terão a liberdade de se juntar ao sistema de forma voluntária desde o início, permitindo que cada um encontre o seu espaço nesse novo cenário.