Banco Central confirma que Pix não será privatizado e avança com Pix 2.0
Nesta quarta-feira, no Blockchain Rio, o presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, trouxe boas notícias: o Pix continuará a ser um serviço público e gratuito, com novidades que vão aumentar ainda mais o acesso ao sistema financeiro. Ele desfez rumores de privatização e reafirmou que o controle do Pix permanece nas mãos do Banco Central.
Durante sua fala, Galípolo enfatizou a importância da continuidade institucional e apresentou o Pix 2.0, uma evolução da plataforma que promete melhorias em inclusão, segurança e crédito. Ele reforçou que o Pix é uma infraestrutura digital pública, vital para a neutralidade e competição justa no mercado financeiro. Para ele, privatizar o sistema poderia comprometer o equilíbrio do setor e prejudicar a igualdade de condições entre os agentes do mercado.
Pix: inovação e impacto social
O presidente do BC também fez uma analogia curiosa: comparou o Banco Central a um ornitorrinco — uma criatura única, que não se encaixa em uma única categoria. Assim como essa ave, o Banco Central inova com cautela. Galípolo lembrou que o projeto do Pix começou em 2013 e foi resultado de um trabalho contínuo entre diferentes gestões.
Desde o seu lançamento em 2020, o Pix já acumula mais de 858 milhões de chaves cadastradas e registrou impressionantes 2,8 bilhões de transações em 2025, movimentando mais de R$ 1 trilhão. Esse crescimento gigantesco mostra como a ferramenta tem contribuído para a inclusão financeira: a proporção de brasileiros que utilizam o Pix para compras cresceu de 46% em 2021 para 74% em 2024, de acordo com uma pesquisa realizada pelo próprio Banco Central.
E não para por aí! O uso de cartões de crédito e débito também aumentou, evidenciando que o Pix não substituiu outras formas de pagamento, mas sim ampliou o acesso, trazendo milhões de brasileiros para o circuito bancário.
Pix 2.0: novas funcionalidades para todos
Galípolo apresentou as novidades do Pix 2.0, que está em implementação e deve estar completo até o início de 2025. Entre as mudanças, já está disponível o Pix por aproximação, que facilita pagamentos rápidos pelo celular, com a segurança garantida por autenticação biométrica.
Outra novidade é o Pix Automático, ideal para cobranças recorrentes como mensalidades de academias ou serviços de streaming. Isso elimina barreiras como tarifas altas e a necessidade de convênios, beneficiando especialmente os aproximadamente 60 milhões de brasileiros que não possuem cartão de crédito.
Temos também o Pix Parcelado, que permite que novos usuários possam dividir o pagamento, enquanto o vendedor recebe o valor imediatamente. Essa funcionalidade democratiza o consumo, especialmente para quem não tem acesso ao crédito convencional.
Na questão da segurança, o Banco Central está avançando com o MED 2.0, que permitirá contestar transações através do aplicativo bancário, especialmente em casos de fraudes. Galípolo destacou que esse sistema será digital e de fácil uso, ajudando a proteger os usuários contra golpes.
Por último, mas não menos importante, o novo recurso de Pix como garantia permitirá que pagamentos futuros sejam usados como colateral para obtenção de crédito, diminuindo o risco para os bancos e, consequentemente, os juros cobrados, o que é uma boa notícia para trabalhadores autônomos e informais.
O Pix se consolidou como uma ferramenta chave para o futuro financeiro do Brasil, segundo Galípolo. Ele acredita que, mais do que um simples meio de pagamento, o sistema se tornou uma infraestrutura essencial para a soberania nacional.